As denúncias que envolvem falta de uso de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na Paraíba divulgadas pelo ‘Fantástico’, da Rede Globo, no último domingo, poderão ser investigadas pelo Ministério Público da Paraíba.
O promotor da Saúde, João Geraldo Barbosa, disse que vai solicitar à TV Cabo Branco uma cópia da matéria exibida para iniciar os trabalhos. “Vou analisar as informações e adotar as medidas que julgar necessário”, declarou.
Segundo a reportagem, a Paraíba está entre os Estados que mais receberam ambulâncias do Ministério da Saúde no ano passado.
Foram 160 unidades enviadas ao Serviço Móvel de Urgência (Samu). No entanto, 90 delas nunca funcionaram. Estão paradas e até escondidas em pátios de prédios públicos e deixando a população sem assistência.
O motivo da atitude, segundo o coordenador do Samu, Cláudio Régis, é falta da contrapartida dos municípios. Ele explica que é responsabilidade das prefeituras a contratação das equipes médicas para atuar no serviço, a construção de estruturas físicas para servirem de base e a contratação de um seguro obrigatório e de uma oficina para fazer a manutenção das ambulâncias.
“Em João Pessoa, o Samu existe desde 2004, mas, em outras cidades, está começando a ser implantado agora. Por causa disso, algumas localidades ainda não dispõem dessa estrutura toda, que é uma exigência do Ministério da Saúde. Elas receberam os veículos, mas não os colocaram em funcionamento”, explica o coordenador.
A reportagem do Fantástico encontrou algumas ambulâncias escondidas em pátios de órgãos públicos. No entanto, o coordenador do Samu explicou que os gestores adotaram essa medida na intenção de ‘fugir da pressão popular’. “Quando as ambulâncias chegam numa cidade pequena, é comum a população começar a pressionar o governante para que as coloque para funcionar. Mas as cidades devem cumprir com as normas do Ministério da Saúde e esconder a ambulância é forma de evitar sofrer com a pressão das pessoas”, detalhou.