MP vai apurar caso da compra de livros da PMJP

O Ministério Público Estadual também vai apurar o escândalo da compra de livros na Prefeitura de João Pessoa. O promotor público Otávio Gondim Paulo Neto, que é coordenador do Grupo de Atuação Contra o Crime Organizado (Gaeco) solicitou à juíza Lúcia Ramalho, da 5ª Vara da Fazenda Pública da Capital, cópias da ação monitória movida pelo empresário Daniel Cosme Guimarães contra a Prefeitura.

“Excelentíssima juíza, cumprimentando, firmo-me do presente para solicitar à vossa excelência os valiosos préstimos no sentido de disponibilizar para esse grupo de atuação especial contra o crime organizado uma cópia dos autos do processo 200.2011.020.809-3. Respeitosamente, Otávio Celso Gondim Paulo Neto, promotor de Justiça, coordenador do Gaeco”, diz o documento.

Ontem, o caso teve novo desdobramento. É que foi apresentada uma certidão do Cartório do 7º Ofício de Campina Grande atestando não haver nenhuma procuração assinada por Daniel Cosme Guimarães Gonçalves, dando poderes a Pietro Harley Dantas Felix para negociar em nome da empresa New Life.

O documento leva a assinatura de Valterluciana Almeida de Moraes, tabeliã interventora. Ela informa que no sistema do cartório não consta o cartão de autógrafo de Daniel Cosme Guimarães Gonçalves. O pedido de certidão foi apresentado por Danilo Rodrigues Tarradi. As informações prestadas pela tabeliã são do último dia 16.

O caso do livro ganhou repercussão nacional. O assunto foi abordado pela revista Época que circulou esta semana. De acordo com a reportagem, o empresário Daniel Cosme Guimarães Gonçalves, dono da New Life, venceu no ano passado uma licitação da Prefeitura de João Pessoa, que rendeu a importância de R$ 2,3 milhões. Só que ele não recebeu um centavo da Prefeitura. Em um vídeo de 12 minutos, Gonçalves afirma que o dinheiro público foi desviado para o caixa da campanha eleitoral do governador Ricardo Coutinho (PSB).

Na gravação, Gonçalves diz que, entre os implicados na fraude, estariam Coriolano Coutinho, irmão do governador, seu “mentor em superfaturar e fazer caixa dois”, e Alexandre Urquiza, ex-chefe de gabinete de Ricardo Coutinho e atual secretário da Transparência Pública da Prefeitura de João Pessoa. Segundo ele, o representante da New Life, Pietro Harley Dantas Félix, sacou os R$ 2,3 milhões pagos pela Prefeitura de João Pessoa e entregou uma parte ao grupo político do governador Ricardo Coutinho. “Como evidência da irregularidade, Gonçalves afirma que os valores foram sacados por Félix numa agência do Banco do Brasil em Taperoá”.