Numa sessão especial que lotou o plenário e as galerias da ALPB nesta última quarta-feira (11/12), o movimento de moradia atendeu ao chamado do deputado estadual Anísio Maia (PT) e se mobilizou para debater questões como a política de habitação popular na Paraíba e a infraestrutura que deve acompanhar estes projetos, tais como escolas, creches, praças, saneamento básico, etc.
“O movimento de moradia é feito pelo povo trabalhador e provou isso hoje. O Governo do Estado, além de tentar cooptar as lideranças, quando não consegue, age com violência, busca intimidar e ainda mente, alegando que não tem terreno para construir novas unidades habitacionais. A verdade, porém, é que ele continua se reunindo com os grandes empresários e beneficiando-os, inclusive, com a doação de terrenos”, afirmou Anísio.
Este é o caso da comunidade Parque Aratu, em João Pessoa, que conta com cerca de mil famílias vivendo precariamente em barracos (algumas habitam a área há 20 anos), mas que, segundo a denúncia da líder comunitária Telma Maria, chegaram a enfrentar um cerco de 24h por parte da Polícia Militar, uma vez que a área teria sido doada pelo governador Ricardo Coutinho a um grande empresário do setor de comunicações da Paraíba.
Presente à sessão, a secretária de Habitação da Prefeitura Municipal de João Pessoa, Socorro Gadelha, afirmou que será cumprida a meta prometida pelo prefeito Luciano Cartaxo de construir 13 mil novas moradias na Capital. Além de reduzir o déficit quantitativo, a secretária esclareceu que a PMJP procura “reduzir o déficit qualitativo, ou seja, construir unidades habitacionais que tenham em seu entorno toda a infraestrutura necessária para as pessoas viverem dignamente e ainda ter formação profissional e educacional”.
A Companhia Estadual de Habitação Popular (Cehap) foi convidada formalmente a participar da sessão, mas não enviou representante nem justificativa pela ausência.
Também estiveram presentes ao debate Marta Geruza, secretária de Desenvolvimento Social da PMJP, Maria Aline Paiva, pela Caixa Econômica Federal, Paulo Marcelo, presidente da CUT, e várias movimentos organizados, tais como CMP, MLB, MALC, MNLM, Movimento de Defesa do Habitat, etc.