Ministro no aquecimento para campanha de 2014

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Nonato Guedes

Fontes ligadas ao Ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), revelam que apesar das suas negativas quanto a pretensões de disputa de cargos majoritários no Estado em 2014, ele está no aquecimento para a eventualidade de concorrer ao governo ou ao Senado. “A decisão final depende da presidente Dilma Rousseff, que tem prestigiado o ministro e demonstra até uma relação afetiva com ele, por considerar que ele demonstra plena sintonia e fidelidade às ações governamentais”, acrescentam os informantes. Na tentativa de evitar especulações ou precipitar atitudes, o Ministro tem dito que deverá ser mesmo candidato à reeleição a deputado estadual. Ele está licenciado do cargo desde 2012 quando foi convocado para assumir o Ministério, que detém um dos maiores orçamentos da administração federal e possui um raio de ação muito vasto, em questões como saneamento, mobilidade pessoal e unidades residenciais, sendo um dos elos do programa “Minha Casa, Minha Vida”, menina dos olhos da presidente Dilma Rousseff.

Ribeiro tem tido receptividade, também, diante das missões políticas delegadas pelo Palácio do Planalto e que ele procura cumprir, não necessariamente na Paraíba. Na disputa municipal do ano passado, foi acionado para ir a São Paulo a fim de atrair o apoio do PP à candidatura de Fernando Haddad, candidato do PT à prefeitura na sucessão de Gilberto Kassab (PSD). A missão deu resultados. E o próprio Paulo Maluf, superando divergências ou restrições com o Partido dos Trabalhadores, engajou-se à campanha de Haddad, sendo visitado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, num momento histórico da crônica política nacional, o que provocou protestos da deputada federal Luíza Erundina, do PSB, que se recusou a ser vice de Kassab mas manteve o apoio a ele na disputa na capital paulista.

O Ministro das Cidades tem agido de forma pragmática à frente da Pasta. Cumpre à risca a orientação da presidente Dilma para que não discrimine capitais e cidades governadas por filiados de outras agremiações, nos projetos de infraestrutura que estão sob a responsabilidade da sua Pasta. Ultimamente, ainda por recomendação expressa da presidente, tem procedido a orientações didáticas sobre encaminhamento de projetos ao Palácio do Planalto. Ele tem deixado claro que há recursos disponíveis para demandas reclamadas, mas adverte ser imprescindível a apresentação de projetos bem elaborados, consistentes, que viabilizem a transferência de recursos e a celebração de parcerias. Com a popularidade de que desfruta na corrida presidencial para 2014, quando buscará a reeleição, Dilma tem a possibilidade de alavancar candidaturas em alguns Estados, na avaliação de observadores políticos. Aguinaldo Ribeiro poderia ser beneficiado colateralmente pelo prestígio da presidente e pelo apoio que tem de parcelas expressivas do Partido dos Trabalhadores.

Não se descarta, em hostes petistas, a hipótese de Ribeiro encabeçar uma chapa ao governo tendo um representante do PT na vice e, se for o caso, também, para o Senado. A coligação entre os dois partidos já funciona na esfera da Assembléia Legislativa, onde uma das protagonistas da linha independente em relação ao governo Ricardo Coutinho (PSB) é a deputada Daniella Ribeiro, irmã de Aguinaldo e ex-candidata a prefeita de Campina Grande no ano passado. Daniella despontava como favorita em pesquisas de opinião pública, na largada, mas o grupo do senador Vital Filho, do PMDB, manobrou para evitar o apoio formal do PT à sua pretensão. Esse grupo lançou um candidato apontado como “laranja”, Alexandre Almeida, que não teve o endosso da direção nacional nem do ex-presidente Lula. Este chegou a gravar declaração de apoio a Daniella. Mas a manutenção da candidatura de Almeida, que acabou se desfiliando do PT para não sofrer expulsão, depois do pleito, prejudicou o Guia Eleitoral de Daniella, impedindo-a de chegar ao segundo turno, que foi disputado entre Romero Rodrigues, do PSDB, eleito, e Tatiana Medeiros, do PMDB. Seja como for, há interesse declarado da presidente Dilma em continuar prestigiando seu Ministro das Cidades. As definições sobre o cargo que disputará em 2014 estão em “stand by”. Mas esse cenário não implica dizer que ele esteja fora do páreo. Continua sendo pule de dez nas formulações para o próximo ano