Ministro admite divergências do PMDB com Dilma

Nonato Guedes

O ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, que esteve em João Pessoa, ontem, para a inauguração das novas instalações do INSS, admitiu divergências do PMDB, a que é filiado, com o governo de Dilma Rousseff. Isto teria ficado evidenciado, conforme ele, no não alinhamento oficial da bancada federal do partido com a base governista na recente votação da Medida Provisória que trata da modernização do sistema portuário brasileiro. Ele preveniu, entretanto, que a postura adotada por peemedebistas não sinaliza rompimento com o Palácio do Planalto. As discrepâncias maiores ocorreram, a seu ver, na apresentação de emendas e no voto contrário a alguns dispositivos enxertados no texto da MP. Garibaldi está licenciado do Senado.

Conforme ele, foram investidos R$ 24 milhões nas novas instalações do INSS na capital paraibana e ocorrerá uma expansão de agências em outros municípios. Serão mais 15 unidades no Estado e até o final de junho o governo federal deverá publicar o edital de concurso para a Previdência, oferecendo 500 vagas para analista. As novas instalações, disse Garibaldi, vão garantir agilidade em tempo real das demandas da população. Ele divergiu das restrições de alguns parlamentares peemedebistas à MP dos Portos, observando que ninguém pode contestar o fato de que o sistema portuário brasileiro precisa ser aberto à iniciativa privada, com o fim das limitações impostas para melhor aproveitamento do seu potencial.

A expectativa pessoal de Garibaldi, abstraindo o episódio da divergência na MP dos Portos, é que o PMDB mantenha o arco de alianças junto com o PT para a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Acredita que o vice-presidente Michel Temer, filiado ao PMDB, será mantido na composição para a disputa do próximo ano, o que é um motivo muito forte para o partido a que é filiado estreite relações com o PT e com o governo federal. A respeito de eventuais complicações sobre alianças estaduais, opinou que devem ser gerenciadas pelos dois partidos, levando em conta a correlação de forças. “O que há são problemas de natureza localizada e os peemedebistas e petistas devem ter maturidade para equacionar as tensões. Na Paraíba, cabe ao ex-governador José Maranhão conduzir a solução das divergências”, acentuou. A inauguração da sede do INSS contou com a participação de políticos de várias legendas na Paraíba, como os deputados major Fábio Oliveira, d o Democratas e Damião Feliciano, do PDT, o ex-governador José Maranhão, presidente do diretório regional peemedebista, o vice-prefeito de João Pessoa, Nonato Bandeira, e o secretário-chefe da Casa Civil do governo do Estado, Adriano Galdino, representando o governador Ricardo Coutinho.