Em uma reunião a portas fechadas, o governador do Estado, Ricardo Coutinho (PSB), e a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes, conversaram ontem sobre o que tem sido feito na Paraíba em relação à mulher vítima da violência. O objetivo da reunião foi traçar um panorama da realidade no Estado e propor estratégias que visem o melhoramento das ações. O encontro aconteceu no Palácio da Redenção, em João Pessoa. “O intuito é identificar os problemas e procurar uma parceria para trazer a solução”, afirmou. Segundo ela, há um projeto no valor de R$ 700 mil prestes a ser aprovado e cerca de R$ 2 milhões já foram enviados.
Antes da reunião, a ministra concedeu entrevista e destacou o pacto de enfrentamento à violência assinado na Paraíba, que constrói a rede. “Já tem uma estrutura, embora precisa ser ampliada. Outros municípios precisam aderir ao pacto”, frisou. Segundo a ministra, os números do Ministério da Saúde que apresentam crescimento no número de mortes de mulheres na Paraíba, está preocupando a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. A ampliação de programas de capacitação e de busca de vagas no mercado de trabalho para absorver a mão-de-obra feminina também é uma prioridade, conforme disse Iriny.
Todos os estados brasileiros estão recebendo a visita da ministra. “Recebemos projetos de todos os estados e de alguns municípios, tanto na área do trabalho e do enfrentamento à violência”, disse. Em relação ao projeto enviado pelo governo da Paraíba, a ministra disse que o trâmite está avançado e em breve o recurso será liberado. “O projeto já foi analisado e em breve os recursos chegarão”, declarou Iriny, revelando que também já recebeu um projeto da Prefeitura de João Pessoa, sem falar em detalhes.
A secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, Iraê Lucena, por sua vez, disse que tinha muito a conversar com a ministra. “Iriny chega em um momento muito importante para o Estado, devido a realização das conferências municipais e estaduais”, frisou. Assim como a ministra, Iraê também destacou a importância da criação de um juizado especializado para atendimento à mulher.
Falta de juizado
Sobre a ausência da existência de um juizado especializado da Mulher, na Paraíba, a ministra Iriny Lopes fez a seguinte declaração: “Sei que há a disposição da criação de uma Vara, mas queremos mesmo a instalação de um Juizado da Mulher”. Ao comparar a situação da Paraíba em relação ao restante do país, a ministra destacou que o Estado consegue estar à frente de outros estados, que têm situação ainda mais preocupante. “É preciso reconhecer que aqui na Paraíba já existe uma rede instalada, embora não dê conta, mas vou destacar os esforços dos governos estadual e municipal (da capital paraibana)”, declarou.
Logo após a reunião, a ministra visitou o Centro de Referência da Mulher Ednalva Bezerra, na capital, e em seguida, um encontro com o Movimento Organizado de Mulheres, deputadas, prefeitas, vereadoras, gestoras de Organismos de Política para as Mulheres e o presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup).
Do Blog com Jornal da Paraíba