Ministra volta a criticar "bandidos de toga"

A ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e corregedora nacional do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), voltou a bater forte no problema da corrupção envolvendo setores do Judiciário brasileiro. Segundo ela, a magistratura não pode fazer vista grossa para um problema que existe e que afeta a imagem da instituição. “Nós estamos nivelando por baixo com o nosso silêncio e quando a população fala de preguiça, de lerdeza, de corrupção, a carapuça vai em todos nós”, afirmou.

As declarações da ministra foram feitas ontem, no encerramento do encontro do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça, realizado em João Pessoa. Ela esclareceu que precisava fazer um esclarecimento aos colegas magistrados sobre as declarações feitas a um órgão de imprensa de que há “bandidos de toga” no Judiciário. Ela disse que não esperava que a entrevista fosse ter tanta repercussão. “A minha fala foi no sentido de chocar e eu choquei. Chocar para ver se nós mudamos o rumo dessa prosa”, disse a ministra.

Em seu discurso, ela falou da necessidade de vencer uma cultura que não se adequa mais aos novos tempos. “É necessário que nós nos posicionemos a favor da magistratura. A minha fala pretendeu defender a magistratura”, ressaltou Eliana Calmon. “Eu tinha de dar essa explicação aos senhores para dizer que a minha fala, quando caiu na mídia, a população se posicionou”. Apesar da repercussão que sua fala teve, ela tratou de dizer que não tem pretensões políticas.

“Essa minha fala é reafirmando que tudo aquilo que foi publicado na mídia eu disse mesmo. Não retiro uma vírgula. Disse para chocar e eu não preciso dizer que ali não tem nenhuma mentira. Todos nós sabemos que nosso sistema é extremamente vulnerável e que nós estamos botando para dentro pessoas que não merecem a nossa confiança”, disse a ministra. Eliana Calmon fez um apelo aos colegas para que tenham coragem de combater os maus profissionais.

Do Blog com JP Online