Ministério: Vital deve esperar um pouco mais - Por Sérgio Botelho

A cautela política recomenda que onde há tempo não há pressa. É justamente por dispor de tempo que o Planalto não vai resolver, ainda esta semana, a questão da ocupação do ministério. Isto somente vai acontecer, de uma forma completa, em março.

Na verdade, os ministros que desejam ser candidatos no pleito deste ano – e é de suas vagas que estamos tratando – somente precisam deixar seus cargos no início de abril, isto é, seis meses antes da data das eleições, que acontecerá em 05 de outubro.
Acontece, também, que o processo está enrolado, e se não for encaminhado com um mínimo de erros, pior para os interesses do Planalto. O principal desses interesses é o da reeleição da presidente Dilma Rousseff, que fique claro!
O maior problema está sendo encontrar o jeito certo de contemplar o PMDB, principal legenda de apoio ao governo, e parceiro maior do PT, o partido de Dilma. Partido grande, com interesses também enormes, o PMDB luta por mais uma pasta ministerial.
Os peemedebistas atualmente dão as ordens em cinco ministérios: Previdência, Agricultura, Turismo, Minas e Energia e Aviação Civil. Porém, em função do tamanho do partido, e de sua importância no processo sucessório, quer mais um: o da Integração, que pertenceu ao agora adversário do governo, o PSB.
O nome escolhido pelo PMDB do Senado Federal para o cargo é o do senador paraibano Vital do Rego Filho, que pode acabar ocupando o Ministério dos Portos (o plus a ser concedido na reforma ministerial ao PMDB, ao invés da Integração, que também foi o PSB).
Se não vier, pode ser nomeado para o Ministério do Turismo, que já é do PMDB. No entanto, há enorme resistência do PMDB da Câmara, que, na divisão do bolo do poder, é o dono do Turismo, no governo Dilma. E quer um deputado ocupando a vaga do atual ministro, Gastão Vieira, um dos afastados para disputa do pleito, no Maranhão.
Mas, o problema do Planalto não é restrito ao PMDB. As demais siglas que compõem a bancada governista no Congresso Nacional querem o seu quinhão, na reforma ministerial. E tem ainda o caso específico do Ceará, onde pugnam o governador Cid Gomes (e seu irmão Ciro), e o senador Eunício de Oliveira, este, do PMDB.
Portanto, como não está sendo fácil resolver toda essa confusão, pode ser que a solução seja dada quase que na undécima hora reservada para a reforma ministerial, final de março. Quem sabe, com muita reza, e bastante sorte, termine acontecendo na primeira semana após o carnaval.