prisão

Ministério Público sul-coreano pede a prisão da ex-presidente

Suspeita de ter se beneficiado de esquema de corrupção montado por uma amiga, Park Geun-hye nega as acusações

JHK01. Seoul (Korea, Republic Of).- (FILE) - Impeached South Korean former President Park Geun-hye arrives to the Seoul Central District Prosecution Office for questioning in Seoul, South Korea, 21 March 2017 (reissued 27 March 2017). South Korean prosecutors announced on 27 March 2017 that they will seek an arrest warrant for South Korean former President Park Geun-Hye. Park was questioned on 21 March on charges that include bribery and abuse of power, in a case that has divided the nation and led to her impeachment earlier this month. (Corea del Sur, Seúl) EFE/EPA/JEON HEON-KYUN / POOL
JHK01. Seoul (Korea, Republic Of).- (FILE) - Impeached South Korean former President Park Geun-hye arrives to the Seoul Central District Prosecution Office for questioning in Seoul, South Korea, 21 March 2017 (reissued 27 March 2017). South Korean prosecutors announced on 27 March 2017 that they will seek an arrest warrant for South Korean former President Park Geun-Hye. Park was questioned on 21 March on charges that include bribery and abuse of power, in a case that has divided the nation and led to her impeachment earlier this month. (Corea del Sur, Seúl) EFE/EPA/JEON HEON-KYUN / POOL

O Ministério Público (MP) da Coreia do Sul solicitou nesta segunda-feira, 27, a prisão da ex-presidente Park Geun-hye, poucos dias depois de seu comparecimento a uma audiência judicial por um caso de corrupção e tráfico de influências que provocou sua destituição.

O impeachment de Park, 65 anos, foi confirmado no início de março, após meses de investigações e revelações que provocaram diversas manifestações de protesto no país. O caso envolve o papel de Choi Soon-sil, amiga e confidente de Park, investigada por ter aproveitado sua influência para obter milhões de dólares das grandes empresas sul-coreanas.

Foto: Jeon Heon-kyun/EFE
MP da Coreia do Sul vai pedir prisão de ex-presidente

Park Geun-hye foi definitivamente afastada da presidência no início de março

A ex-presidente é objeto de várias acusações, incluindo a de ter sido cúmplice de sua amiga. “A acusada abusou de seus grandes poderes e de seu status de presidente para receber subornos das empresas ou para violar o princípio da liberdade de gestão empresarial e filtrar informação confidencial importante sobre assuntos do Estado”, afirma a Procuradoria sul-coreana em um comunicado, que classifica a situação como “assuntos graves”.

“Foram reunidas muitas provas, mas a acusada nega e existe um risco de destruição de provas”, completa a nota oficial da Procuradoria para justificar o pedido de prisão. Choi Soon-sil, amiga de Park desde a infância, está detida. O MP considera que seria “contrário à imparcialidade” a ex-presidente não estar detida também.

Se o tribunal do distrito central de Seul aceitar o pedido da Procuradoria, Park será o terceiro ex-chefe de Estado da Coreia do Sul detido por um caso de corrupção. Chun Doo-hwan e Roh Tae-woo cumpriram penas de prisão nos anos 1990 por motivos similares. O ex-presidente Roh Moo-hyun, eleito democraticamente, cometeu suicídio em 2009, quando ele e a família eram investigados por corrupção.

O Parlamento votou em dezembro a destituição de Park, confirmada em março, o que acabou com a imunidade da ex-presidente e a levou a uma audiência judicial na semana passada.

Choi Soon-sil é acusada de ter utilizado sua influência sobre a presidente para forçar os grandes conglomerados sul-coreanos, incluindo a Samsung, a pagar um total de US$ 70 milhões a duas fundações que estavam sob seu controle.

A Procuradoria também acusa Park de ter concedido favores políticos aos grandes empresários que foram generosos com Choi, entre eles Lee Jae-yong, o herdeiro da Samsung, indiciado e atualmente em prisão provisória.

A ex-presidente também é acusada de ter permitido o envolvimento de sua melhor amiga, que não tinha um cargo oficial, em questões do Estado, como a nomeação de funcionários.

Também existe a suspeita de que Park, filha do ex-ditador Park Chung-hee, tenha ordenado a seus conselheiros que transmitissem documentos confidenciais a Choi e tenha criado uma “lista negra” de artistas que não receberam subvenções por críticas a seu governo.

O Ministério Público também acredita que a ex-presidente obrigou grupos como Hyundai ou Posco (aço) a atribuir contratos lucrativos a empresas ou indivíduos relacionados com Choi.

A relação entre as duas mulheres começou com a ligação de Park com o pai Choi, Choi Tae-min, um misterioso líder religiosos que foi seu mentor até sua morte, em 1994. Choi Tae-min, que se casou sete vezes e fundou um movimento sectário, também foi acusado de ter atuado como intermediário para extorquir grandes empresas.

A ex-presidente nega todas as acusações e afirma que Choi traiu sua confiança.

O país celebrará eleições antecipadas em 9 de maio. Moon Jae-in, ex-líder do Partido Democrático, o principal partido de oposição, é o favorito. / AFP
Créditos: Estadão Conteúdo