Mensalão atrasa recursos de políticos condenados

Fato inédito na corte, o Supremo Tribunal Federal (STF) vive desde 2 de agosto uma pauta de julgamento única, preenchida na sua totalidade com os 37 réus e sete crimes do processo do mensalão. Além das 47 condenações, 18 absolvições e quatro empates nos seis crimes, a Ação Penal 470 teve um outro resultado prático: prolongar o tempo fora da cadeia de dois parlamentares condenados à pena de prisão pelos ministros da mais alta corte brasileira.

Desde o início do julgamento do mensalão, foram convocadas apenas duas sessões extraordinárias com uma pauta diferente da usual. Na primeira, os ministros decretaram aprescrição do crime de injúria cometido pelo deputado Wladimir Costa (PMDB-PA). Na outra, ontem (17) pela manhã, rejeitaram denúncia por crime eleitoral contra o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ). As outras três pessoas envolvidas no caso serão julgadas pela primeira instância.

Porém, com a pauta dedicada a analisar a origem e o destino dos R$ 55 milhões usados no “valerioduto”, esquema montado pelo empresário Marcos Valério, segundo já entendeu o STF, para dar aparência legal a dinheiro vindo de crimes contra a administração pública e o sistema financeiro nacional, não houve tempo para analisar os recursos pendentes das decisões contrárias ao deputado Natan Donadon (PMDB-RO) e ao ex-deputado José Tatico (PTB-GO).

Do Blog com Congresso em Foco