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MENOPAUSA PRECOCE: Saiba por que a capacidade de produzir hormônios diminui e como identificá-la

O sintoma mais comum da menopausa é o fim da menstruação devido a interrupção da produção de hormônios pelos ovários

A partir do terceiro mês sem menstruar, na faixa etária entre 45 e 55 anos, o médico já inicia uma investigação, com a dosagem de hormônios a partir de exames de sangue. O sintoma mais comum da menopausa é o fim da menstruação devido a interrupção da produção de hormônios pelos ovários. Normalmente, isso ocorre entre 45 e 55 anos, caso ocorra antes dessa idade é caracterizada a menopausa precoce. No entanto, não é um mês sem menstruar que vai indicar que a mulher entrou nesse período. Só é considerado menopausa quando ela já está há um ano sem apresentar sangramento.

Como diagnosticar

Não é possível prever o acontecimento da menopausa precoce pelos ciclos menstruais. O médico costuma suspeitar da condição em mulheres com menos de 40 anos que, além de apresentarem os sintomas acima, também não conseguem engravidar. Dessa forma, alguns exames são realizados:

Exame de gravidez;
Medição das concentrações hormonais;
Análise cromossômica.

Com o exame de gravidez sendo feito, e as concentrações de estrogênio e de hormônio folículo-estimulante medidas semanalmente, é possível confirmar o diagnóstico de menopausa precoce. Outros exames também podem ser realizados para ajudar o especialista a identificar a causa da menopausa precoce. Assim, pode-se avaliar os riscos para a saúde da mulher, indicando o tratamento adequado para a menopausa precoce. Um exame de sangue deve ser feito para detectar o hormônio antimulleriano, produzido nos ovários, para avaliar o grau de funcionamento dos ovários e calcular a chance da mulher conseguir engravidar.

Em mulheres com menos de 35 anos, uma análise cromossômica pode ser realizada. Outros procedimentos e tratamentos também podem ser necessários caso uma anomalia cromossômica seja detectada. Além disso, pode-se medir a densidade óssea para verificar quanto à presença de osteoporose.

Causas

As causas são variadas. A genética é um fator de risco. Outros aspectos que podem causar o problema são a Síndrome de Turner, condição que ocorre quando o par de cromossomo X é incompleto, e doenças autoimunes que interrompem o processo de produção hormonal. Tabagismo e consumo de drogas são fatores de risco para a menopausa precoce. Também já é provado que mulheres que se submeteram a tratamentos quimio ou radioterápicos podem ter menopausa precoce. Tabagismo e consumo de drogas também são fatores de risco, já que as substâncias interferem no funcionamento do ovário.

Sintomas da menopausa precoce

Grande parte das mulheres que desenvolvem menopausa precocemente apresentam uma evolução sexual e reprodutiva normal durante a vida, com a menarca no período esperado, assim como os ciclos menstruais mais ou menos regulares.

Não se pode detectar precocemente quais mulheres estão sob maiores chances de ter a falência ovariana precoce por meio da avaliação do padrão menstrual. É somente quando os ovários começam a apresentar sinais de falha que os primeiros sintomas da menopausa precoce começam a aparecer.

Isto é, os sintomas da menopausa precoce são semelhantes aos da menopausa normal. A diferença é que eles começam a surgir antes do momento previsto. Por apresentar risco para a infertilidade, apenas 5 a 10% das mulheres que começam a entrar na menopausa precocemente conseguem engravidar antes da total falência dos ovários. Entre os sintomas estão:

Afogueamento ou fogacho
O afogueamento, conhecido como fogacho, são as ondas de calor que acontecem na menopausa. Este é o sintoma mais comum, ocorrendo em mais de 80% das mulheres.

Os calores são causados pela diminuição da produção de estrogênio, provocando desregulação do termostato normal do corpo. Os fogachos começam no período pré-menopausa e podem durar até dois anos após a menopausa.

Durante o climatério, o fogacho costuma desaparecer. Entretanto, cerca de 10% das mulheres permanecem sentindo este sintoma por muito tempo. O sintoma geralmente começa como a súbita sensação de calor centralizado na parte superior do tórax e rosto, e que rapidamente se torna generalizada.

A sensação de calor pode durar de dois a quatro minutos, e é frequentemente associada a transpiração em excesso e, ocasionalmente, palpitações. Também podem ocorrer calafrios, tremores e o sentimento de ansiedade. A frequência dos fogachos varia muito. Desde um ou dois episódios por dia até dezenas deles ao longo das 24 horas. Contudo, as ondas de calor são particularmente comuns à noite.

Suores noturnos
Os suores noturnos são uma variante dos fogachos. Em algumas mulheres, os afogueamentos acontecem predominantemente à noite. Isso provoca suores intensos durante o período noturno. Em muitos casos, os suores noturnos atrapalham o sono e podem agravar os sintomas de cansaço e irritação da perimenopausa.

Distúrbios do sono
Os fogachos e suor noturnos, como já citados, é importante causa do incômodo no sono, no período caracterizado como menopausa precoce. Contudo, não são os únicos. Muitas mulheres na pré-menopausa apresentam dificuldades para dormir mesmo na ausência dos fogachos.

A dificuldade para dormir pode aparecer até 7 anos antes da menopausa precoce, e costuma se agravar no último ano que precede a menopausa. As mulheres que apresentam maior dificuldade para dormir são, em geral, as que sofrem com ansiedade e depressão.

Menstruação irregular
As alterações no período menstrual podem ocorrer antes da mulher entrar na pré-menopausa e menopausa precoce. Inicialmente as mudanças são sutis e incluem alterações na intensidade do sangramento e diminuição do ciclo.

Conforme a menopausa precoce se aproxima, as mudanças menstruais se tornam mais óbvias. O ciclo menstrual passa a ser irregular e mais longo, durando entre 40 a 50 dias. O volume menstrual pode alterar para mais ou menos, e escapes podem ocorrer no meio do ciclo.

Assim, a menstruação se torna cada vez mais irregular, até desaparecer. A mulher no período pré-menopausa não sabe quando será sua última menstruação. Por isso, o diagnóstico da menopausa precoce só pode ser estabelecido de forma retrospectiva.

Depressão
As mulheres na pré-menopausa têm duas vezes mais chances de ter depressão do que em outras fases da vida. Esse risco é ainda maior em mulheres com sintomas severos de pré-menopausa, como fogachos e distúrbios do sono. Além disso, a depressão também pode acontecer em mulheres com menopausa precoce e que ainda desejam engravidar.

A redução dos níveis de estrogênio, associada aos sintomas incômodos da menopausa precoce e ao fato da mulher entender que está entre a juventude e a velhice, colaboram para uma aumentar a incidência da doença. No entanto, após o primeiro ano de climatério, o risco de depressão começa a cair.

Ansiedade
A ansiedade durante é provavelmente causada pela queda nos níveis de estrogênio circulantes no corpo na menopausa precoce. Esse é o motivo que reduz a produção de neurotransmissores responsáveis por regular o humor, como a serotonina e a dopamina.

Variações de humor
Assim como na ansiedade, a queda dos níveis de estrogênio é responsável pela grande variedade do humor das mulheres no período pré-menopausa e da menopausa precoce.

Durante um único dia, a mulher pode experimentar diferentes sentimentos como euforia, raiva e tristeza, sem motivo aparente para tal. Da mesma forma que os sintomas físicos da menopausa precoce são importantes, os sintomas emocionais também costumam ser.

Secura vaginal
A vagina é composta por tecidos dependentes de estrogênio. Por isso, a deficiência desse hormônio quando ocorre na menopausa precoce causa o estreitamento do epitélio vaginal, resultando em atrofia e sintomas de secura vaginal, além de coceira e dor durante a relação sexual.

Diminuição da libido
As alterações hormonais típicas da menopausa precoce são as responsáveis também pela redução da libido na mulher. Da mesma forma, a própria secura vaginal pode tornar o ato sexual doloroso. Esse fato aliado a redução da quantidade de sangue na região vaginal e da vulva por deficiência de estrogênio, pode reduzir na mulher o prazer durante o sexo.

Dor em articulações
A queda dos níveis de estrogênio na menopausa precoce também afeta a saúde das articulações, tendões, ligamentos e músculos. Cerca de 60% das mulheres na pré-menopausa e menopausa precoce sentem dores articulares.

Mulheres obesas ou com sobrepeso são as mais afetadas por esse problema. Diferente de vários sintomas da menopausa precoce que desaparecem no climatério, as dores nas articulações costumam permanecer.

Cansaço
O cansaço, a indisposição e falta de energia para atividades do dia-a-dia também são comuns na menopausa precoce. Eles acontecem não só devido aos desequilíbrios hormonais, mas também por alterações de humor e pela falta de sono. De forma geral, o cansaço costuma melhorar na fase do climatério.

Ganho de peso
O metabolismo da mulher e a forma como o corpo armazena gordura costumam se alterar com a redução dos níveis de estrogênio. O gasto calórico do corpo diminui, facilitando engordar com uma quantidade menor de calorias. Além disso, o corpo começa a apresentar um padrão de acúmulo de gordura mais parecido com o dos homens, com mais gordura disposta na barriga e ao redor da cintura.

Dor nas mamas
A mastodinia, ou dor nas mamas, é um sintoma muito comum nos primeiros anos da menopausa precoce. No entanto, vai se tornando um pouco mais branda e, em geral, ele desaparece no climatério.

Dor de cabeça
Um dos tipos de enxaqueca está relacionada ao período menstrual, e ocorre de forma cíclica todo o mês antes da menstruação acontecer. As mulheres que apresentam esse tipo de dor de cabeça podem ter um agravamento da mesma quando entram na menopausa precoce.

Mesmo aquelas mulheres que nunca tiveram dor de cabeça relacionada à menstruação podem passar a desenvolver o sintoma. A enxaqueca começa até 7 anos antes da menopausa e se intensifica de acordo com o ciclo menstrual, ficando cada vez mais irregular.

Pelos faciais
Durante o período da menopausa precoce, a relação entre os níveis de estrogênio e androgênio se alteram. A mulher produz pequenas quantidades de androgênios durante a vida, com seus efeitos bloqueados pelo estrogênio.

Entretanto, conforme a menopausa precoce se aproxima, os níveis de estrogênios caem e os de androgênios sobem. Esse aumento dos hormônios pode provocar o aparecimento de pelos no rosto da mulher, principalmente no queixo, região acima dos lábios, nas bochechas, peito e no abdômen.

Desequilíbrio e tonturas
No período da menopausa precoce, episódios súbitos de tonturas e perda do equilíbrio costumam se tornar mais frequentes. As causas ainda não são bem esclarecidas. No entanto, como todos os sintomas da menopausa, estão relacionados ao componente da falta de estrogênios.

Sensação de barriga inchada
A sensação de estar com a barriga inchada ou distendida é comum no período de menopausa precoce. Mulheres que já apresentavam esse sintoma durante a menstruação costumam ser as que mais apresentam o inchaço nesta fase.

A redução do estrogênio altera a forma com que o corpo digere as gorduras da alimentação. Isso causa o aumento na produção de gases, responsáveis pela sensação de barriga inchada.

Tratamento

A menopausa precoce não é reversível. A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) costuma ser usada pelos médicos para minimizar aqueles sintomas que interferem na qualidade de vida da mulher. No entanto, esse tipo de tratamento deve ser muito bem avaliado, pois há contraindicações para mulheres que possuem antecedentes ou riscos elevados de doenças como tromboembolia, câncer de mama e câncer de endométrio. A avaliação do médico é o mais importante antes de começar qualquer tipo de tratamento.

Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba