Meninos e meninas

Marcos Tavares

Não consigo absolutamente entender a preocupação do SUS em trazer para a Paraíba, como segundo Estado do Nordeste, a cirurgia de mudança de sexo. Nada contra quem quer mudar de gênero e se sente aprisionado num corpo que não lhe agrada. Tudo contra eleger as minorias em detrimento da maioria. Num Estado onde se morre de dengue, hanseníase, subnutrição e cólera, trazer para os hospitais uma cirurgia cara e complexa como essa é como comprar pratos de cristais sem ter feijão para comer. A medicina pública deve estar voltada para as necessidades maiores e só quando essas forem preenchidas, partir para as exceções.
Dizem os periódicos que já existe fila no Estado para esse tipo de mudança de gênero. E eu acredito que sim. Mas existe uma fila bem maior de pessoas esperando um rim, um fígado, um coração sem que o SUS disponibilize recursos para isso. O que é mais importante? Tratar da dengue que mata e é barata para combater, ou trazer cirurgias requintadas que vão atender menos de um décimo da população? Se perguntarem a quem paga impostos e banca essa festa, tenho certeza que todos optarão por uma medicina mais globalizante.
Diariamente jornais e televisões mostram nossos hospitais sucateados, corredores cheios de macas, gente morrendo na porta. Isso ou significa falta de verba ou má gestão. Em qualquer um dos casos, trazer cirurgias eletivas como a de mudança de sexo é um contrassenso para quem não consegue nem tratar de uma diarreia. Que os meninos e meninas insatisfeitos com sua opção genética esperem mais, pois existem problemas mais graves, mais urgentes e mais fáceis de ser resolvidos esperando há anos.
Fora
Depois do grito de Anísio Maia, fica quase impossível para o ex-prefeito Luciano Agra pensar em se achegar à legenda petista.
Anísio não poupou palavras e foi claro ao insinuar uma “maracutaia” entre Agra e o Shopping Manaíra que terminou numa proibição de obras.
Com isso inviabilizou qualquer tentativa de Agra de acostar-se ao PT para tentar novos voos políticos até mesmo porque Anísio não alivia e já declarou que “quem for podre que se quebre”.
A qual podridão referia-se o parlamentar?