Médicos de Campina alertam para colapso no atendimento do Hospital de Trauma

Continua o impasse entre médicos ortopedistas de Campina Grande e a Secretaria de Estado da Saúde. Ontem, os profissionais reuniram a imprensa na sede da cooperativa dos ortopedistas campinenses e alertaram para um “colapso” no atendimento aos pacientes no Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes. De acordo com a categoria, por conta da inexistência do contrato entre a entidade e a unidade haverá um “colapso” no atendimento à população.

Ao tratar sobre o impasse, os médicos voltaram a afirmar que não abandonaram o hospital e que ainda estão abertos à negociação com o governo estadual. Entretanto, eles não abrem mão da formalização do contrato com a cooperativa, que foi vencido no dia 3 de novembro do ano passado. “Nós não temos nenhuma exigência quanto ao reajuste salarial ou nada contra as medidas adotadas pela direção, em colocar câmeras de vigilância e o ponto eletrônico. O que queremos é tão somente o contrato, porque não podemos continuar prestando um serviço sem segurança jurídica alguma”, observou um dos diretores da cooperativa, Andrey Leal Wanderley.

Os médicos afirmaram ainda que a vinda de profissionais do Rio de Janeiro põe em risco o acompanhamento dos pacientes da ortopedia. “Essas pessoas operam e vão embora. E quem vai acompanhar os pacientes? Quem irá se responsabilizar pela sua recuperação?”, sublinhou o presidente da entidade, médico ortopedista Bruno Brilhante. “Nós tínhamos uma média de 100 cirurgias por mês no hospital e conseguimos ampliar para 400. Isso com o mesmo quadro de profissionais”, relatou Andrey Leal.

Atualmente o Estado paga cerca de R$ 1 mil por cada plantão de 12 horas de trabalho para os ortopedistas. De acordo com o Ministério Público, há casos de profissionais que fazem entre R$ 20 mil e R$ 30 mil com a realização dos plantões. Desde a última quarta-feira, a direção do hospital convocou seis médicos do Rio de Janeiro para realizar cirurgias na unidade. Segundo a direção, a medida foi tomada diante do anúncio da cooperativa de que iria parar de fornecer o serviço. Dos seis médicos, quatro já retornaram ao Rio de Janeiro.

Mas ontem o diretor geral do Hospital de Trauma, médico Geraldo Medeiros, anunciou a chegada de mais sete profissionais, que irão se juntar aos seis médicos efetivos da unidade. “Nós já havíamos acertado tudo, mas a cooperativa não esperou a realização dos trâmites legais. Em função disso nos disseram que a partir do dia 14 o hospital estava sem ninguém e aí então tivemos de contratar os médicos do Rio”, lembrou Geraldo Medeiros.

Do Blog com JP Online