“Tive uma surpresa desagradável com minha ex nova namorada. Nos conhecemos há alguns dias; saímos para jantar e fui surpreendido porque acabamos na cama na mesma noite… Deveria ter ficado com um pé atrás. Na semana seguinte não consegui falar com ela na sexta a noite. Quase 11h atendi o celular e era ela. Tinha saído com amigos, porque um deles ia viajar para o exterior. E eu com isso? Descarreguei a minha raiva no telefone e ela desligou na minha cara. Fiquei triste, estava apostando na nossa relação.”
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É inegável que a masculinidade está em crise. Nos últimos 30 anos foi constatado nos homens o aumento da depressão psicológica e em vários países registram-se doenças do homem esgotado. Todo o esforço exigido deles para ser considerados “homens de verdade” provoca angústia, medo do fracasso e dificuldades afetivas.
No momento os homens vivem o impasse entre a proibição social de expressar sentimentos considerados femininos e a crítica cada vez mais acirrada ao homem machista. É possível que a forma de os homens recuperarem sua autonomia seja se unir às mulheres e, examinando o mito da masculinidade, pensar em sua própria saída do patriarcado, repudiando essa masculinidade como natural e desejável.
Nem todos aceitam o roteiro do macho e cada vez mais homens, em todo o mundo, tomam consciência da desvantagem desse papel e empreendem a desconstrução e a reconstrução da masculinidade. Talvez assim as relações afetivas e sexuais se tornem mais plenas e o sexo insensível, considerado viril, passe a ser coisa do passado, e ninguém mais veja graça na anedota que diz que nenhum dos parceiros sente prazer na primeira experiência sexual, mas que o menino atinge o orgasmo no dia seguinte. Quando conta a seus amigos.
Fonte: Universa
Créditos: Regina Navarro Lins