Marchas prometem mobilizar mais de 16 mil pessoas em João Pessoa e Campina Grande

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Inspirados nos movimentos pela redução do preço das tarifas de transporte público em São Paulo e no Rio de janeiro, o Movimento Passe Livre de João Pessoa e Campina Grande estão organizando marchas pela redução da tarifa e melhoria no transporte público na Paraíba nesta quinta (20) a partir das 16h. Na Capital a marcha acontecerá no centro com concentração no Lyceu Paraibano, em Campina sairá da Praça da Bandeira e marchará até a integração.

De acordo com um dos organizadores do evento em João Pessoa, a construção do Movimento Passe Livre – João Pessoa está sendo realizada da maneira mais democrática possível. Aconteceu uma reunião no sábado, às 14h para deliberação de como seria o evento e sua viabilização. Foram retirados inúmeros grupos para pensarem as demandas do movimento. ‘A reunião contou com mais de 80 pessoas das mais diversas origens, incluindo estudantes (universitários, secundaristas), trabalhadores, artistas, lideranças de movimentos sociais, dentre outros’, explica.

O número de pessoas confirmadas pra o protesto pode ser conferido por qualquer um no evento do Facebook, esse número muda a cada minuto. Até o presente momento temos mais de 12 mil confirmados. A concentração e percurso do movimento também foram definidos nesta reunião. A manifestação partirá do Lyceu Paraibano, seguindo para a Lagoa e depois para a Avenida Epitácio Pessoa. Já em Campina Grande mais de quatro mil pessoas confirmaram presença: A concentração vai ser na Praça da Bandeira e de desce a Floriano Peixoto em direção ao Terminal de Integração, onde será feita uma parada na lateral. “Não vamos invadir o terminal de integração”, pede uma postagem na página do evento. “Vamos parar ao lado, protestar e falar sobre nossas reivindicações e seguir em frente em direção à Câmara dos Vereadores, onde faremos uma segunda parada, em seguida vamos todos em direção ao Parque do Povo onde o protesto vai se encerrar”.

“Nossas bandeiras são a Redução da Tarifa do ônibus, tendo em vista a liberação pelo Governo Federal de impostos para esse fim. Lutamos pela melhoria nas condições de transporte que são terríveis. Defendemos a fiscalização do número máximo de passageiros, aumento da frota, extensão da cobertura para toda a cidade, especialmente, nas periferias. Também queremos uma solução para ausência de linhas durante a madrugada, gerando inúmeros problemas de mobilidade social. Outra de nossas bandeiras é o passe livre para grupos vulneráveis (como portadores de HIV/AIDS), e a extensão para estudantes do ensino médio (semelhante ao que houve no âmbito municipal) e desempregados”, explica.
O movimento pede também investimentos em maneiras alternativas de transporte como ciclovias e trens e metrô. “Em muitas falas era evidente a filiação de nosso debate a outros problemas sociais que excedem o olhar mais imediato à questão do transporte, indo a nossa realidade econômica e social. Em uma sociedade capitalista com grande desigualdade social como a nossa, o problema do transporte se torna um dos muitos problemas enfrentados por todos nós. Assim, também gostamos de reafirmar que o movimento indica outras problemáticas enfrentadas pela população: salários abusivos nos três poderes, saúde e educação precarizados, dentre outros. A luta pelo transporte é uma dentre várias que precisam ser realizadas no país”, comenta.

Os manifestantes também estão elaborando um manifesto que será distribuído no dia da passeata e abordará melhor essas e outras questões. O movimento é aberto a todos (independente de origem política). Haverá panfletagem e a organização pede para os participantes irem vestidos com camisetas da seleção ou de branco, para reforçar o caráter de mobilização social e não violenta. De acordo com um dos organizadores, o movimento é independente e não se filia a nenhum partido ou tipo de organização.

Além disso, ele deixa bem claro que é um protesto pacífico e que é contra qualquer depredação do patrimônio público, vandalismo e atitudes de violência gratuita. “Pedimos participação da população e a colaboração de todos, inclusive de forças policiais, a fim de que nosso direito e protesto seja garantido sem truculências”.