Mais, para salvar o Centro

Rubens Nóbrega

Para salvar e não matar de vez o Centro de João Pessoa, sobretudo o Centro Histórico, não basta que a Assembléia não fuja também para o litoral e o Ministério Público da Paraíba permaneça onde está, com ambos exercendo a opção de expandir suas sedes nos próprios quarteirões onde funcionam.
A ampliação do Legislativo e do MPPB na mesma área onde se encontram foi sugerida por experiente engenheiro e construtor na coluna de anteontem, Dia de Natal, na qual o colunista fez, a partir do título, apelo contra o esvaziamento da área central da cidade (‘Salvem, não matem o Centro’).
Além de economizar dinheiro dos cofres públicos ficando onde estão, com a expansão pretendida tanto a Assembleia como o Ministério Público ajudariam a impulsionar a economia pessoense, porque favoreceriam a manutenção e aumento dos empregos e negócios no entorno de suas sedes.


PMJP deve valorizar o Paço

Mas, como disse no começo, não devemos apenasmente esperar que os atuais dirigentes da Assembleia e do Ministério Público decidam não contribuir para aprofundar a decadência do Centro da Capital, removendo suas sedes principais para a orla e terreno na margem da BR 230.
Devemos cobrar também da Prefeitura de João Pessoa ocupação e uso do Paço Municipal como a verdadeira casa do poder do qual se investirá o deputado Luciano Cartaxo a partir do dia 1º próximo. O Paço tem que acolher e fazer funcionar o Gabinete do Prefeito com a mesma intensidade, funcionalidade, prestígio e força que o Gabinete do Governador confere ao Palácio da Redenção.
Paralelamente, por que não o governo municipal trnansformar o Centro Administrativo do Zé Américo em escola ou centro de treinamento e fazer com que todas as secretarias e demais repartições lá instaladas retornem ao Varadouro, reocupando os casarões onde já funcionaram, e bem, ou outros que melhor se adequem aos serviços de cada órgão da PMJP?
Para reverter esse abandono

Creio firmemente que um investimento da PMJP naquela direção trará enormes benefícios para a Capital como um todo, na medida em que não apenas deterá como reverterá o crescente abandono da Cidade Baixa e a consequente degradação do seu sítio histórico.
Produtivamente repovoada, certamente a região voltará a atrair o interesse dos investidores privados, começando por empresas comerciais e de serviços, inclusive as que se mudaram logo após a debandada deflagrada entre o final do século passado e o começo deste.
Já pensou o quanto essa reocupação poderia induzir de aparecimento de cafés, lanchonetes (incluindo franquias famosas do segmento), bristôs, barzinhos, restaurantes – populares, refinados ou descolados – e mais lojas de autopeças, de tintas, de material elétrico etc. (antes que as remanescentes desertem da Maciel Pinheiro)?
Um Porto Madero no Capim

Será que alguém aí não sonha, como eu sonho, em ver um shopping ou um grande supermercado no Porto do Capim, sincronizado com a recuperação do próprio porto para servir à navegação turístisca e de transporte de massa pelo Rio Paraíba até o Porto de Cabedelo?
Será que não dá para fazer lá e nas áreas adjacentes ao nosso porto fluvial algo semelhante aos que os argentinos fizeram no Porto Madero (sem os preços proibitivos e a antipatia de los hermanos)? Será que estou ficando doido ou pretensioso demais, por querer tanto bem para os meus concidadãos, para o nosso lugar?
Enquanto essas questões não são resolvidas ou respondidas, adianto que amanhã trarei sugestão (ou lembrança) espetacular de uma amiga que entende como poucos de valorização do nosso patrimônio turístico-cultural e também quer ver a salvação, a revitalização e valorização de todo o Centro de João Pessoa.
Concerto imperdível na UFPB

Quem tiver juízo e bom gosto – musical, sobretudo – não pode perder o concerto de final de ano que a Amusa (Associação dos Músicos e Amigos da Orquestra Sinfônica da Paraíba) vai promover amanhã, às 20h, na Sala Radegundes Feitosa, na Cidade Universitária (UFPB), em João Pessoa.
“A apresentação será realizada por uma orquestra filarmônica formada por músicos associados e convidados, sob a regência do Maestro Marcos Arakaki”, informa a divulgação da Amusa, acrescentando que serão interpretadas obras de Mozart, Dvorak, R. Wagner e J. William.
A Amusa foi criada este ano para defender direitos e interesses dos músicos da Sinfônica e lutar pelo reconhecimento profissional da categoria. Em paralelo, a entidade vem desenvolvendo um trabalho de popularização dos músicos eruditos e da própria música clássica, o que inclui a promoção de eventos como o desta sexta.