Sérgio Botelho
Além da imensa dor dos amigos e familiares, há mortes que terminam sendo um enorme prejuízo para a sociedade. É o caso de Luiz Renato, um dos atuais pró-reitores da Universidade Federal da Paraíba, que faleceu na madrugada desta quarta-feira, 15, em Recife.
Membro destacado de uma família inteiramente dedicada à Educação na Paraíba, Luiz Renato não fugiu à sina familiar. E preparou-se convenientemente para bem servir à Academia, com Mestrados, Doutorados e Pós-Doutorados, no Brasil e no Exterior.
Contudo, nunca descuidou de manter os pés no chão. Foi simples a vida toda, e, por isto, cativou a todos aqueles com quem manteve alguma relação de amizade ou profissional. Apesar do planalto intelectual conquistado, manteve-se a vida toda na planície.
Alcançar essa plenitude existencial é, infelizmente, coisa para poucos. E Luiz Renato pode ser incluído entr e esses poucos. E a dor mais forte, neste momento, com toda a certeza do mundo, é de sua família, afastada tão abruptamente, e, para sempre, de seu convívio diário.
Entre os seus amigos instala-se outra das ondas dolorosas, ao lado da família. Como admitir a perda do companheiro sempre afável do dia a dia? Como prescindir dos debates acadêmicos em que todos acabavam se beneficiando?
Mas, também a sociedade perde com a morte de Luiz Renato. E quem mais perde é a comunidade universitária à qual Luiz Renato dedicou a maior parte de sua existência e de sua formação cultural, até o último dia de sua vida tão deploravelmente curta.
Sinceramente, jamais imaginei que pudesse estar escrevendo sobre a morte de Luiz Renato. Sua calma não era a calma dos que pretendiam ir mais cedo do que nós outros. Era, antes, a calma de alguém com extraordinária ânsia de viver e de espalhar conhecimentos.
Lamentável, sob todos os aspectos, a morte de Luiz R enato. Uma surpresa das mais desagradáveis para todos. Vez por outra – e, a partir de agora, nunca mais -, quando nos encontrávamos, persistiam as mais cordiais e profícuas conversas. Tanto em João Pessoa quanto em Brasília.
A nós outros, só nos resta lastimar a morte de Luiz Renato. Apenas nos conforta a lembrança do amigo, do acadêmico, do cidadão. Conforta, sobretudo, por todo o tempo que nos resta de vida, uma lembrança extramente agradável, de alguém largamente útil à sociedade.