Couto revela detalhes da CPI do Tráfico de Pessoas e fala sobre negociação de "virgindade"

LUIZ COUTO

O deputado federal Luiz Couto (PT) esteve na tarde desse domingo (6), no Espaço Cultural Oscar de Castro, em Bananeiras (PB), ministrando palestra sobre tráfico humano, assunto abordado pela Campanha da Fraternidade deste ano que tem como tema ‘Fraternidade e Tráfico Humano’ e lema ‘É para a liberdade que Cristo nos libertou (Gl 5,1)’.

Luiz Couto, que é vice-presidente da CPI do Tráfico de Pessoas no Brasil, revelou detalhes das investigações feitas pela comissão. Contou que o tráfico humano ocorre para o exterior e dentro do país. Citou como exemplo a existência de adoção ilegal por meio de uma ONG – a LIMIAR – com escritório em São Paulo, que cobra mais de 9 mil dólares por cada criança levada para o exterior.

Disse que crianças, jogadores e índios são traficados, escravizados e explorados sexualmente, podendo, inclusive, serem preparados para efetuar o tráfico ou mesmo terem seus órgãos vendidos.

Revelou que cerca de 40 travestis do brejo paraibano, principalmente de Araçagi, foram levados para a Europa. Acrescentou que há casos em que transformam meninos em meninas. “As vítimas são totalmente descaracterizadas”.

Relatou que há boates que fazem o leilão da virgindade ao preço inicial de R$ 500,00, e que a prática do tráfico, seja para a exploração sexual ou adoção ilegal de crianças, muitas vezes tem o apoio daqueles que deveriam combatê-lo, a exemplo de juízes, conselheiros tutelares e familiares.

O parlamentar informou que as principais rotas do tráfico humano no Brasil estão na região Norte – 76 rotas; Nordeste – 69; Sudeste – 35; Centro-Oeste – 33; e Sul – 28. Destacou que a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que o tráfico humano renda, aproximadamente, 32 bilhões de dólares anuais e esteja entre os crimes organizados mais rentáveis ao lado do tráfico de drogas e de armas.

Luiz Couto afirmou que projeto de lei, já aprovado na CPI, endurece as penas para quem cometer esse tipo de crime. “Prever, entre outras medidas, punição para os aliciadores e as empresas que forem responsáveis pelo deslocamento de pessoas sem a devida informação sobre o trabalho a ser executado, independentemente de o tráfico levar ou não à exploração sexual. Antever, da mesma forma, a execução de campanhas internacionais contra o tráfico de pessoas”.

O convite para que Couto proferisse a palestra partiu de um grupo de jovens da paróquia Nossa Senhora do Livramento, administrada pelo padre Pedro Alexandre, e reuniu integrantes de outros grupos e movimentos da paróquia, populares, além de autoridades como o prefeito Douglas Lucena, vereador Ramon Moreira – presidente da Câmara Municipal, e Terezinha Martins – diretora do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias (CCHSA) – Campus III da UFPB.

Guarabira

No final da tarde Luiz Couto visitou à Associação Menores com Cristo (Amecc), com sede na cidade de Guarabira. Conversou com crianças e adolescentes e com os representantes da entidade – padre Geraldo, Luís Carlos e Sebastian Haury (presidente).

 

Eles pediram que o deputado interfira no andamento do “Projeto Irrigar”, da associação, que foi entregue à Cagepa e até a presente data não teve resposta. Couto se comprometeu a marcar audiência com o presidente da autarquia, Deusdete Queiroga Filho, para pedir agilidade no pleito. Assessoria