A dois anos das eleições de 2022 o apresentador de televisão, Luciano Huck, está se movimentando para consolidar a união das forças dos partidos de centro. Ele tem se encontrado com figuras da política nacional que, costumeiramente, não estariam juntas. O poder de atração do apresentador tem sido capaz de diminuir o volume das divergências e potencializar as afinidades políticas. Os últimos encontros foram com o ex-ministro Sergio Moro e com o deputado Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara.
A candidatura de Huck para a Presidência da República fica cada dia mais possível. O objetivo é criar uma frente contra os extremistas: o bolsonarismo e o lulismo. Moro, por sua vez, não tem se apresentado como candidato, mas apenas um articulador que busca construir uma alternativa de terceira via. Moro e Huck foram procurados, mas mantêm uma postura idêntica: preferem não comentar o encontro. Rodrigo Maia tem dito que é amigo de Huck e os encontros são comuns.
No entanto, as articulações do apresentador são bastante ousadas. Inclui o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que deixa pública a intenção de aproximar Huck do PT, algo que o apresentador descarta. O ex-governador Ciro Gomes (PDT) também será integrado às conversas. Até o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM) comporá o diálogo. A ideia de um pacto nacional é arrojada e ignora os anseios de políticos que, legitimamente, postulam a Presidência. Como acomodar numa mesma chapa o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), Sergio Moro e Ciro Gomes? É o que Huck tenta equacionar.
Ainda sem partido político, o apresentador foi prontamente atendido pelo presidente do Cidadania, Roberto Freire, que exclui da frente liderada por Huck os petistas, e os seguidores de Bolsonaro. Outro entusiasta de sua candidatura é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Nos últimos tempos, no entanto, ele tem dito que deverá apoiar a candidatura do governador João Doria.
Criando um fato
As eleições municipais são, normalmente, um período em que as articulações ocorrem com maior intensidade. Para o cientista político Rubens Figueiredo, o apresentador Luciano Huck criou um fato novo. “Não existe nada de denso no plano nacional. Huck foi esperto e criou uma agenda”, disse Figueiredo. O cientista político acredita que isso foi suficiente para movimentar os bastidores da corrida presidencial para 2022. “A agenda nacional está baseada nas bobagens do presidente Bolsonaro”, diz. A iniciativa do apresentador contribuiu para o início de uma pauta positiva que coloca em discussão a importância de um candidato de consenso que una os partidos moderados do centro.
Fonte: Istoé
Créditos: Istoé