Livro de paraibano gera demissões na Saúde da PB


Cinco servidores ocupantes de cargos de chefia no Ministério da Saúde (MS) e no Instituto Nacional do Câncer (Inca) teriam pedido demissão após as denúncias do construtor pessoense Roosevelt Matias de Santana, feitas através do livro “Peregrinação da Morte”. A obra foi lançada no último dia 22, no Rio de Janeiro, e já é considerada pelos críticos como uma das mais polêmicas no segmento. Em uma semana, ocorreram também lançamentos em São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre. Em João Pessoa, o livro só chegará em novembro deste ano.

Segundo Roosevelt Matias, deixaram os cargos o diretor de Políticas Estratégias do Inca, dois assessores do Ministério da Saúde e outros dois coordenadores do Programa de Prevenção ao Câncer do MS. A reportagem procurou a assessoria de imprensa do Inca e do Ministério da Saúde para comentar o assunto. Os contatos foram feitos através de e-mail e de telefone, contudo, até o fechamento dessa edição, os setores de comunicação dos dois órgãos não se pronunciaram sobre as denúncias feitas por meio do livro.

Os pedidos de demissão, de acordo com o autor, foram motivados pelas informações contidas no livro, que traz um retrato das condições de atendimento aos portadores de câncer no Brasil.

Confira o áudio:

[audio:http://www.jornaldaparaiba.com.br/polemicapb/site/wp-content/uploads/2011/09/MATERIA-MICHELE-MARQUES-ROSVELT-MATIAS-28-9-11.mp3|titles=Livro leva à demissão de funcionários do Ministério da Saúde]

Durante cinco anos, o pessoense teria percorrido os 27 Estados do Brasil e encontrado inúmeros pacientes no hospital, sofrendo em busca de atendimento. Roosevelt Matias afirma, através do livro, que falta estrutura para identificar e tratar a doença no país. E ainda acrescenta que “essa ausência de políticas gera diagnósticos tardios e mortes precoces”.

Roosevelt faz críticas severas quanto ao tratamento de portadores de câncer. “Faltam equipamentos, medicamentos e informações sobre a doença para os pacientes. Na Paraíba, por exemplo, estimamos que 80 mil tenham câncer, mas apenas a metade sabe disso. Quando descoberto em estágio avançado, o tumor leva à morte. De cada dez portadores, seis são pobres e, destes, apenas um escapa”, declara Matias.

Do Blog com JP Online