Libres, pero no mucho

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Marcos Tavares

No próximo mês desembarcam no Brasil quatrocentos médicos cubanos, fruto de um convênio assinado entre o governo brasileiro e Raul Castro, interinamente comandando a ilha. O assunto já deu panos pra mangas. Fala-se da baixa preparação dos médicos cubanos, de sua total falta de intimidades com os novos métodos e meios de diagnósticos, mas venceu a vontade soberana de dona Dilma e os cubanos realmente vão se empanturrar de democracia nessa Terra da Vera Cruz.

Democracia ma no tropo. Cada um deles deverá receber dez mil reais, mas esse dinheiro será pago ao governo cubano e o ministro da Saúde nacional não sabe quanto Raul vai dar a cada um dos seus pupilos. Em segundo lugar, eles virão sem família, deixando mulheres, filhos e pais como garantia de que não pegarão o primeiro navio para Miami. Assim, mesmo de longe e numa república que se diz democrática, os médicos cubanos continuarão com seu cordão umbilical preso aos irmãos Castro, uma das ditaduras mais longevas do mundo.

Afirmam nossas autoridades que todos eles são treinados como médicos de família e alguns possuem pós-graduação. Esses jovens doutores passarão por uma supervisão de três semanas – apenas três semanas – supervisionados por médicos brasileiros, e os aprovados serão julgados pelo interior a fora, de preferência no Norte e Nordeste, onde rezadeira tem nível de doutorado. Vamos, pois, receber essa leva de cubanos para glória do PT e revolta dos direitistas, pois além de medicina esses meninos são treinados em propaganda, movimentos sociais e outros quejandos, bem ao gosto dos nossos atuais gestores.


Nuances

Um simples exercício de futurologia. Se Cássio Cunha Lima realmente admitir sua candidatura, como ficarão os outros concorrentes? Veneziano é o mais prejudicado, pois vai ter que dividir o bolo em Campina, base dos dois postulantes.
Ricardo Coutinho terá de refazer sua equação política e forçar diversos cassistas de carteirinha a uma definição na hora em que a onça for beber água. O PT igualmente vai ter de repensar os cálculos, pois sua inimizade com o esquema de Ricardo Coutinho e a recente aproximação de Cartaxo pode levar a legenda a apoiar Cássio, mesmo sendo ele opositor ferrenho de Dilma a nível nacional.
Como se vê, é um futuro difícil de ser resolvido. Principalmente sem deixar marcas e arranhões profundos, como só acontecer nas sucessões paraibanas.
Mudança
A entrevista de Ivandro Cunha Lima, uma espécie de guru do clã, colocou mais lenha na fogueira da sucessão. Ele não disse nada e essa foi a questão.
Se Ivandro tivesse sido categórico na manutenção da aliança com Ricardo Coutinho, a conversa teria mudado de rumo, mas ele simplesmente falou de expectativas e de futuro, deixando margem para as interpretações.
Como quem quer ver Cássio candidato faz leituras a seu modo, para esses a entrevista de Ivandro foi contada como ponto positivo a favor dos que esperam Cássio de volta ao poder.
Afinal, a esperança demora a morrer.
Silêncio

Paira um silêncio ensurdecedor sobre o caso do Jampa Digital.
Ele está correndo em segredo de Justiça, mas não em segredo jornalístico. Mas ninguém diz nada.

Fixação
Parece que para a vereadora Elisa Virgínia, o único problema do mundo – e da cidade – são os homossexuais.
Ela não encontra outro tema para debate. Vai ser homofóbica assim lá no céu.

Portunhol
Médicos cubanos começam a chegar no dia dezesseis do próximo mês.
Temos menos de um mês para aprender espanhol. Com sotaque antilhano.

Índices
Deu no jornal. Assaltos a bancos na Paraíba aumentam 195%.
Convenhamos que é um número de deixar Al Capone com água na boca.

Primavera
Sindicalistas, anarquistas, baderneiros e desocupados em geral prometem um quebra-quebra gigantesco no dia 7 de setembro.
Essa independência é de morte!

Estragos
A oposição para e repensa seus números na Assembleia.
É que a insistência de Hervázio e a caneta de Coutinho têm feito estragos.

Frases…

Lamaçal – Depois da tempestade vem a lama.
Razoável – A razão do mais forte é sempre a melhor.
Jogando – Para alguns a melhor forma de suicídio é subir no seu ego e pular de lá.