O jornal francês Le Monde publica artigo de Laurent Vidal, professor da Universidade de La Rochelle, dizendo que “destituir Dilma Rousseff não resolverá nada”.
O historiador ressalta que “esse país do futuro” está acorrentado a demônios do passado; ele cita o chamado escândalo do mensalão e casos de corrupção envolvendo membros do PSDB, principal partido de oposição.
Lembra que o perdedor de 2014, o tucano Aécio Neves, nunca aceitou sua derrota e tentou criar a ideia de que Dilma foi eleita por um Brasil arcaico, sensível aos apelos populistas, sobretudo pelo Norte e Nordeste. “Nada é mais falso do que isso”, diz.
Segundo ele, essa crise mostra sobretudo uma forma de desprezo social que parece ter se instalado na sociedade brasileira: “o excluído não é mais aquele que sofre de carências materiais, mas o que não é reconhecido como um sujeito digno de se pronunciar sobre uma escolha política e social”.
Quanto ao impeachment de Dilma Rousseff, afirma que, enquanto a questão da desigualdade não for enfrentada, é difícil imaginar um novo projeto de governo capaz de restaurar a confiança e o respeito entre brasileiros.
Fonte: Brasil 247