Para os homens de Ruanda, país na África Central, há algo de divino no orgasmo e na ejaculação feminina (quedê globalização nessas horas?). Fazer uma mulher gozar é questão de honra e masculinidade. “Se o homem não deixar que essa água brote, ele se sentirá frustrado e a mulher, ofendida”, diz um dos personagens reais do documentário francês Sacred Water (2016). Não à toa, ao longo de gerações, ali se difunde uma técnica sexual chamada Kunyaza.
A “água sagrada”, segundo os ruandeses, não é aquela que umedece a vagina no processo de excitação. Ela esguicha a ponto de lhes atingir a barriga, o tórax e (se vacilar) o rosto. Não tem cor nem cheiro de urina, embora saia pelo “botão abaixo do clitóris” – a uretra. “Todas ejaculam suas emoções”, garante outro entrevistado. No mundo todo, de acordo com pesquisas, menos de 5% das mulheres dizem ter expelido esse líquido. A comunidade científica não chegou a um consenso sobre a chamada ejaculação feminina.
Alguns apostam que é só xixi – as contrações do orgasmo “apertariam” a bexiga. Parênteses: existe uma categoria pornô chamada “squirt” e muitas atrizes, pra conseguir atender os fetichistas, bebem cerveja antes de gravar. Outros estudiosos defendem que é excesso de lubrificação e sai do canal vaginal. Tem ainda quem desconfie que o líquido é produzido pela “próstata feminina” (glândulas de Skene), localizada próximo à uretra, e muito parecido com o gozo masculino – levemente branco e grudento.
Os praticantes do Kunyaza parecem mais interessados no prazer de suas parceiras do que na fisiologia da coisa. Reza a lenda que uma rainha da Terceira Dinastia convocou um serviçal para fazer sexo e ele, nervoso, brochou. Então teve a ideia de friccionar a glande do pênis contra os lábios vaginais e o clitóris dela. A monarquia se curvou. A sabedoria reside na humildade e na simplicidade, não é mesmo?
“Tudo começa com as preliminares, vocês conversam, se acariciam, se sentem à vontade, não têm pressa”, ensina um ruandês no filme. “Se você faz movimentos monótonos de vai e vem, ela não vai sentir nada”. No Kunyaza, a mulher precisa estar bem lubrificada, seja naturalmente ou com ajuda de saliva, óleos etc. O homem segura o pênis ereto e se dedica aos estímulos externos usando apenas a ~cabeça: dá leves batidinhas por toda a vulva, massageia os lábios vaginais, o clitóris e o períneo de diferentes formas – círculos, zigue-zague, de cima para baixo.
Depois vai para a estimulação interna. Diz a técnica que o homem deve penetrar lentamente e, ainda segurando o pênis com as mãos, alternar os movimentos dentro do canal vaginal. No primeiro terço da vagina (em média a 3 cm de profundidade), as paredes são mais sensíveis. Ali vale friccionar bem a glande em vários sentidos e ritmos. A intensidade do vai e vem aumenta à medida que ela fica excitada ou pede. Se vai jorrar “água sagrada” ou não… No mínimo, devem chover elogios.
Fonte: Blog na pimentaria
Créditos: Blog na pimentaria