O bloco partidário formado pelo PT, PP e PSC lançará candidato próprio a governador na Paraíba como tem apregoado?
Eis uma questão de solução um tanto complicada?
Outra pergunta talvez sirva para aclarar um pouco mais a situação: o bloco PT-PP-PSC tem vida própria na Paraíba ou depende das articulações nacionais em torno do projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff?
A resposta a essa questão parece mais simples: esse bloco partidário não dispõe de vida própria e estará umbilicalmente ligado ao projeto nacional do PT. Só num segundo plano vão entrar os interesses estaduais ou locais.
Assim, surgem as primeiras luzes sobre a primeira questão. Dependendo da orientação nacional, dificilmente o bloco PT-PP-PSC apresentará candidato próprio a governador na Paraíba.
A estratégia nacional defendida pelo ex-presidente Lula é de unidade dos partidos na base aliada nos Estados já no primeiro turno, com orientação para se privilegiar os candidatos mais fortes do esquema.
Além disso, o PMDB em cobrado reciprocidade do PT. Alega que não é justo que os partidos da base se unam para dar a presidência da República aos petistas e eles ainda queiram controlar 19 ministérios e se contrapor aos aliados na disputa pelos governos estaduais.
A tendência, pois, é de que, na Paraíba, prevaleça a vontade do PMDB. No caso, pelo menos o PT deverá compor a chapa com o PMDB, que tentará também, nas negociações em Brasília, atrair o PP e o PSC.
Essa é a verdade.
O problema pode ser local. Qual a estratégia do PMDB? É apresentar candidato único das oposições e ou será necessário ter mais de um candidato para levar o pleito para o segundo turno?
A resposta a essas duas questões depende da decisão do senador Cássio Cunha Lima (PSDB).
Se Cássio for candidato a governador, as oposições precisarão se unir desde o início para tentar garantir a passagem para um possível segundo turno. Essa disputa deverá se ocorrer diretamente com o governador Ricardo Coutinho.
Se Cássio não for candidato, abrem-se duas perspectivas. Na avaliação de que haverá uma disputa equilibrada com o governador Ricardo Coutinho, a opção deverá ser por candidatura única das oposições. Se as pesquisas apontarem uma maior vantagem do governador, a opção deverá ser pelo lançamento de pelo menos duas candidaturas de oposição no intuito de se levar a disputa para o segundo turno. Neste caso, o blocão seria intimado a apresentar candidato ao Governo.
Em suma, o bloco PT-PP-PSC não tem vontade própria e sua participação nas eleições estaduais dependerá de orientação nacional.
É provável, porém, que apresente candidatos em dezembro. Mas, mais provável ainda é que as candidaturas sejam negociadas no processo de formação das convenções, em junho de 2014.