O cenário político local foi um dos temas debatidos no programa Master News, da TV Master, na noite desta segunda-feira, 11. Participaram da bancada, que debateu religião e temas gerais, os advogados Marcos Pires e Idácio Souto, ao lado dos jornalistas Edmilson Pereira e Antônio Malvino.
O advogado Idácio Souto falou sobre a renúncia do arcebispo Dom Aldo Pagotto e afirmou que “todos ficaram surpresos com a renúncia de Dom Aldo, todos viam nele a pessoa que menos se poderia esperar esse tipo de coisa, eu acho que a partir das denúncias feitas um tempo atrás sobre casos de pedofilia e isso cercou o religioso porque a igreja estava fazendo a apuração e creio que tenha sido este o motivo da saída dele”, explicou.
Já o advogado Marcos Pires pontuou que “eu já estive em crise na minha fé por conta dos desmandos que existem dentro da igreja e uma pessoa muito sábia me disse que a igreja não é dos homens, nenhum homem pode representar a igreja mais que Deus porque é algo que sempre existiu e há muitos padres envolvidos em graves escândalos”.
O jornalista Edmilson Pereira disse que “o caso vem da crise que culminou na renúncia de Bento XVI e Dom Aldo já veio para a Paraíba cheio de suspeitas de casos de pedofilia e isso tem muito a ver com a nova política implantada pelo papa Francisco, que já assumiu o papado com a proposta de fazer uma grande reforma, fico desolado em ver que existe na igreja esse tipo de coisa, que é comum fora da igreja, na sociedade podre, mas vimos que existe dentro também, Dom Aldo era um homem podre dentro da igreja”.
O também jornalista Antonio Malvino relatou caso de assédio vivido dentro da igreja católica, quando estudava em escola católica aos 12 anos de idade. “Eu fui pedir um remédio para dor de cabeça e o enfermeiro pediu que eu tirasse a roupa para que ele fizesse um exame completo”. Ele seguiu dizendo que a renúncia de Dom Aldo foi fruto de perseguição, “Dom Aldo descobriu muitos casos de roubo, muito desvio de dinheiro, ele está com problemas de saúde, está se tratando de câncer de próstata, além dos conflitos internos que sempre foram muito violentos, até o posicionamento político dele pesou demais, basta lembrar da visita que ele fez ao ex-prefeito Cícero Lucena, quando ele foi preso na operação Confraria”, disse.
Na esfera política, os debatedores falaram sobre a sucessão na presidência da Câmara federal. Malvino e Idácio Souto acreditam que Eduardo Cunha (PMDB) não conseguirá fazer um sucessor e apontaram que ele não tem mais influência na casa legislativa. “O fim da picada para ele seria se a esposa e a filha dele fossem presas”, pontuou Malvino.
Marcos Pires falou da possibilidade de barganha de Cunha, já que existe uma versão de que ele teria cerca de 150 deputados em suas mãos porque teria ajudado financeiramente na última campanha política, visando a eleição para a presidência da Casa.
Questionados sobre a possibilidade de retorno de Dilma Rousseff (PT) a presidência do Brasil, Edmilson Pereira disse que os próprios aliados não estariam interessados no retorno dela “porque existe um projeto nacional para que Lula retorne a presidência com as eleições 2018 e, assim, Dilma retornando mancharia a imagem da legenda, acho que o projeto é manter Temer no mandato, sem chance de recuperação econômica e Lula retoma o poder em 2018”.
Marcos Pires disse que “é visível dizer que Dilma cometeu um crime, se nos debruçarmos sobre o lado jurídico e veremos que ela não faria isso porque não tem o traquejo político, mas isso não é levado em consideração porque os julgadores são políticos”.
Créditos: Polêmica Paraíba