O 6º Mapeamento dos Pontos Vulneráveis à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas Rodovias Federais Brasileiras – divulgado ontem, pela Polícia Rodoviária Federal e instituições parceiras – mostrou redução de 93,55% dos ambientes propícios à prostituição na Paraíba, caindo de 62 para quatro, entre 2012 e este ano. A notícia seria motivo de comemoração se significasse a queda da exploração no Estado, mas o estudo aponta para uma migração desses pontos. Devido ao combate, houve a “interiorização” dos ambientes suscetíveis à exploração, que saíram das beiras de estradas e BRs e foram para dentro das cidades.
“Tendo em vista que o ambiente geográfico do projeto são as rodovias federais e suas margens, foi constatado que muitos estabelecimentos anteriormente reprimidos migraram para dentro das cidades, ou mesmo para a área circunvizinha à rodovia, mas fora da circunscrição da PRF, objeto deste mapeamento”, diz trecho do estudo feito pela PRF, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), Childhood Brasil, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e Ministério Público do Trabalho (MPT).
A pesquisa cita diretamente a Paraíba nessa situação de migração dos pontos e aponta Pernambuco com um Estado que está conseguindo evitar essa ‘interiorização’: “Imprescindível, pois, como em Pernambuco, a união de esforços com os poderes locais, de forma a evitar a migração dos pontos de exploração sexual de crianças e adolescentes para o interior das cidades ‘cortadas’ pelas rodovias federais”.
O procurador do Trabalho Eduardo Varandas lamenta os números. “A interiorização existe de fato e, infelizmente, por existir uma deficiência da polícia, esses casos chegarão com mais dificuldade ao Ministério Público. A gente tem investigado todos os casos denunciados através dos conselhos tutelares, mas é preciso um aparato e uma estrutura policial adequada para o combate efetivo desse tipo de crime”, destacou o procurador.
Correio da Paraíba