O Brasil ainda não passou no teste que é organizar um evento como a Olimpíada do Rio. É isso o que diz um artigo publicado no jornal americano “The Washington Post” nessa sexta (12).
O texto cita uma série de problemas enfrentados pela organização da Rio-2016 -a água verde da piscina de saltos ornamentais, a morte de um policial da Força Nacional, a bala perdida que atingiu a sala de imprensa do Centro de Hipisimo- e atribui as falhas do evento, em parte, à crise política e econômica do país.
“Como um país em desenvolvimento, o Brasil inevitavelmente iria ter problemas que seriam raros em um país mais rico, e esses problemas foram intensificados por uma recessão severa e uma crise política”, diz a publicação.
O jornal destaca que, em 2009, quando recebeu a confirmação de que sediaria os Jogos Olímpicos, o Brasil estava em uma situação mais próspera.
A deterioração da economia, ainda de acordo com o veículo americano, causou cortes de verbas que tiveram impacto negativo na organização da Rio-2016.
A presença ostensiva de tropas de segurança, que contrasta com episódios de roubos sofridos por membros de delegações olímpicas, foi criticada pela publicação.
“Com mais de 85 mil soldados e policiais atuando na segurança dos Jogos, o Rio de Janeiro parece um quartel militar. Antes dos Jogos, o prefeito do Rio disse que a cidade ‘seria o lugar mais seguro do mundo’ em agosto. Isso não aconteceu”, diz a matéria.
O texto ressalta, porém, que o evento ainda não viu tragédias de grandes proporções, como os que aconteceram nos jogos de Atlanta-1996, quando terroristas explodiram uma bomba no parque olímpico da cidade, e em Munique-1972, quando atletas israelenses foram sequestrados e executados.
Além disso, argumenta que o problema que era considerado o mais ameaçador às vésperas da competição, a contaminação pelo vírus da Zika, acabou desaparecendo.
A vontade de ajudar e a prestatividade dos voluntários, além da personalidade cativante dos cariocas também mereceu elogios.
Fonte: Folha de S. Paulo