Jogo sujo e desleal

Por Magno Martins

(Foto: reprodução/internet)
(Foto: reprodução/internet)

Parodiando Lula, nunca na história do País um candidato ao Planalto sofreu tamanho bombardeio quanto Marina Silva. Os ataques partem diretamente da presidente Dilma, temendo perder a eleição.

Ao suceder Eduardo Campos na disputa presidencial, decorrência da tragédia do acidente aéreo, que tirou a vida do ex-governador pernambucano, Marina gerou o fato novo que Dilma não esperava.

Já na primeira pesquisa, na semana seguinte após confirmada como candidato, Marina empatou com a presidente e abriu uma frente de seis pontos na disputa no segundo turno. Levantamentos que se seguiram mostraram a socialista se distanciando, para desespero do PT e de Dilma. Chegou-se a ventilar a possibilidade de Marina ganhar no primeiro turno.

Com isso, a paranoia tomou conta do staff de Dilma, que foi obrigada a endurecer o jogo para desconstruir Marina. Para tanger a sombra da derrota, no vale tudo Dilma disse que Marina, se eleita, seria uma Collor de saias e seus aliados espalharam a versão de que seu governo não chegaria ao fim.

Pregaram, ainda, que ela é contra o pré-sal, espalharam boatos de que acabaria com os programas sociais, entre os quais o Bolsa-Família, vasculharam a vida pessoal dela, sugerindo que fazia palestras para enriquecer, driblar o imposto de renda e outras cositas mais. Ligaram a candidata aos banqueiros pela sua amizade com Neca Setúbal, do banco Itaú.

Foi, enfim, um jogo pesado, desleal e desigual. Marina perdeu pontos, é verdade, mas mesmo assim pesquisa do Ibope, divulgada ontem, ainda apontava a socialista, num eventual segundo turno com Dilma, à frente da petista, numericamente – 43% a 42%. Marina parece ter um eleitorado cativo. Do contrário, já teria desmoronado, virado um castelo de areia feito o tucano Aécio Neves.