O médium João de Deus, preso suspeito de abusos sexuais durante tratamentos espirituais, dormiu sozinho na 2ª noite preso no Núcleo de Custódia, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. De acordo com a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP), durante o dia o líder religioso continua no mesmo espaço em que ficou no primeiro dia, junto com outros presos, que são advogados.
Esta foi a primeira noite em que João de Deus dormiu sozinho, em uma cela de 2,5m x 3m, que conta com uma cama e um armário. O local é menor do que o espaço onde o médium passa o dia na convivência de outros presos, e onde dormiu a primeira noite, uma cela de 16 m³ destinada a advogados.
Na segunda-feira (17), Toron havia informado que o cliente estava abatido e tinha dormido a primeira noite em um colchão no chão.
“Ele está abatido, prisão é prisão. Não podemos esquecer que estamos falando de um homem de 76 anos com doenças e suas dificuldades. […] O Núcleo que guarda os presos provisórios, como todo sistema carcerário no Brasil, é sofrível. Quero dizer, tem condições ruins. O João dormiu um colchãozinho fino no chão”, disse.
Ainda segundo a DGAP, ele continuará com a mesma rotina do primeiro dia, com duas horas de banho de sol junto com os presos da cela. O café da manhã é composto por pão com manteiga e achocolatado. João de Deus está recebendo todos os seus medicamentos de uso contínuo, segundo a DGAP.
Prisão
João de Deus teve a prisão decretada na sexta-feira (14) a pedido da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO), que investigam os relatos de abuso sexual durante atendimento na Casa Dom Inácio de Loyola. No domingo, ele se entregou à polícia em uma estrada de terra em Abadiânia.
O médium prestou depoimento na noite de domingo, durante três horas. João de Deus afirmou à Polícia Civil que, antes de as denúncias de abuso sexual virem à tona, foi ameaçado por um homem, por meio de uma ligação de celular. Além disso, negou os crimes e que tenha movimentado R$ 35 milhões nos últimos dias.
Segundo o advogado Alberto Toron, o pedido de habeas corpus foi protocolado nesta segunda-feira (17). Em entrevista no domingo, ele citou como alternativas possíveis uma prisão domiciliar e o uso de tornozeleira eletrônica. Além disso, negou que tenha havido intenção de fuga.
Fonte: G1
Créditos: G1