Marcos Tavares

Somos muito mais árabes do que pensamos. Mesmo os que têm raízes familiares nos cruzados possuem sangue e cultura árabe em grande quantidade. Quando os árabes invadiram a península europeia onde hoje se encravam Espanha e Portugal passaram séculos por lá, foram eles os responsáveis pela guarda das tradições romanas e gregas e de toda cultura antiga que a humanidade havia acumulado, pois nessa época os cavaleiros cristãos se divertiam enfiando lanças longas uns nos outros. Devemos, pois, aos árabes todo o patrimônio da chamada cultura ocidental que eles guardaram em suas bibliotecas.

Igualmente devemos aos árabes as grandes navegações, pois foram eles que levaram aos portugueses a bússola, trazida da China e a chamada vela latina que nada tem de latina, é árabe e foi criada no Mediterrâneo e possibilita que se navegue contra o vento. Foram esses dois instrumentos e caravelas que deram aos lusitanos as portas dos mares juntamente com a refinada cartografia árabe que já trazia notícias das Américas. Portanto, ninguém foi ao mar procurar calmarias, mas partiram na quase certeza de terras além-mar.

Herdamos dos árabes o alfabeto criado toscamente pelos fenícios, e os algarismos arábicos até hoje fazem nossas contas. A arquitetura lusa é árabe e chegou ao Brasil com seus alpendres – palavra árabe – e seus grandes vãos. Trouxemos dos árabes – via Portugal – o cantochão monótono dos vaqueiros, ao gosto pelos cavalos e a arte de trabalhar o couro. Assim, nós cristãos ocidentais, frutos e herdeiros dos romanos, somos mais árabes do que gostaríamos de ser, muito embora isso seja perigoso de dizer numa internet vigiada por Obama. Esse também meio árabe.

Financeiro
Nas rodas políticas há uma curiosidade imensa para que se decline o nome do coordenador financeiro da última campanha governamental. Seu nome não foi citado, mas sempre alguém fala no “financeiro” como articulador da contratação e pagamento de Duda Mendonça.

Isso leva a uma conclusão. Esse fantasma endinheirado deve saber os pormenores de toda a operação e pode – ou não – inocentar a todos os envolvidos trazendo uma versão mais aceitável do fato.
O que não dá para tolerar é a tese de que ninguém contratou nem pagou Duda, que ele saiu da Bahia por motu próprio e veio aqui mostrar sua sabedoria marqueteira.

Canal
De repente – não mais que de repente, como diria o poeta – a Folha de São Paulo passou a ter um estranho interesse nos assuntos paraibanos.
Da crise do Jampa e até uma modesta tomada do plenário da Assembleia por manifestantes, tudo mereceu registro em letra de forma pelo prestigioso jornal paulista.
Como ele não mantém correspondente no Estado, alguém deve estar informando detalhadamente o que se passa em terras tabajaras. Alguém muito desinteressado.

 

Parado

O povo já voltou pra casa e a transposição das águas do São Francisco ficou na mesma.
E fica muito difícil fazer uma manifestação debaixo daquele sol quente.
Murchou
Havia um movimento para inflar a candidatura do ministro Aguinaldo Ribeiro ao cargo de governador.
Como sua madrinha Dilma despencou, parece que a pretensão ministerial despencou junto.

Passeando
Passeando pela memória, lembro que foi prometido um parque belíssimo onde era o Lixão do Róger. Onde anda esse parque?
Igualmente foi cogitado outra reserva por trás do Santa Isabel.Que fim a Santa deu a esse outro parque?

Toma que é teu!
Interessante. O governador diz que houve total lisura na contratação e pagamento de Duda Mendonça.
Mas insiste em jogar a bola para seu ex-coordenador Nonato Bandeira.

Uma
Dilma – a búlgara – só teve um filho, só assaltou um banco e só foi presa uma vez.
Um bom indício que ela ficará apenas nesse mandato.

Risco
Se você não é Papa, aconselho a não passear pelo Rio de janela aberta.
Anjo da guarda papal é outra coisa!
Frases…

Aquecendo – Ex-namorada é como casaco velho. Na rua pega mal, mas na cama aquece.
Exemplificando – Se você não servir para nada, serve ao menos de mau exemplo.
Dominical – Deus descansou no domingo pra poder encarar a segunda.