A Organização Mundial da Saúde (OMS) autorizou, nesta quarta-feira (3/11), o uso emergencial da vacina Covaxin, desenvolvida pela empresa Bharat Biotech, contra a Covid-19. O imunizante não é utilizado no Brasil.
Ao analisar os dados de estudos do imunizante indiano, o Grupo Técnico Consultivo da OMS, composto por especialistas em regulamentação de todo o mundo, entendeu que a vacina atende aos padrões da entidade para a proteção contra a infecção do novo coronavírus. E também tem “benefícios que superam em muito os riscos e pode ser usada”.
“A Covaxin demonstrou ter eficácia de 78% contra Covid-19 de qualquer gravidade, 14 ou mais dias após a segunda dose, e é extremamente adequada para países de baixa e média renda devido aos requisitos de fácil armazenamento”, informou a OMS.
A aprovação da Covaxin é válida para a aplicação em pessoas com 18 anos ou mais – o imunizante não é recomendado para grávidas. A vacina baseada em vírus inativados deve ser administrada em duas doses, com intervalo de quatro semanas.
“Os dados disponíveis sobre a vacinação de mulheres gestantes com a vacina Covaxin são insuficientes para avaliar a segurança ou eficácia da vacina na gravidez; estão planejados estudos em mulheres grávidas”, afirmou a organização.
Irregularidades
O governo brasileiro pretendia comprar 20 milhões de doses da Covaxin por R$ 1,6 bilhão. O valor de cada dose era de US$ 15, mais alto do que o preço de todas as vacinas contratadas pelo Brasil até o momento.
Suspeitas de irregularidades no contrato do Ministério da Saúde com a representante da vacina indiana levaram a pasta a suspender o acordo para a aquisição do imunizante. A negociação entre a Precisa Medicamentos e a pasta foi, inclusive, um dos alvos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado Federal. A Precisa está na lista de pedidos de indiciamentos da comissão.
Em julho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encerrou o processo sobre o pedido de uso emergencial da vacina.
Fonte: Metrópoles
Créditos: Metrópoles