Imprensa e liberdade em pauta

Rubens Nóbrega

Nunca antes na história da Pequenina foi tão necessário e oportuno debater sobre liberdade de imprensa e de expressão. E esse debate acontecerá hoje pela manhã, a partir das 9h, no auditório do Fórum Cível Desembargador Mário Moacyr Porto, de João Pessoa, graças a uma iniciativa deste Jornal da Paraíba.

O evento terá entre seus expositores o jornalista Eugênio Bucci, Professor Doutor em Ciências da Comunicação na Universidade de São Paulo (USP). Colunista da revista Época e do jornal O Estado de São Paulo, ele também se notabilizou na direção da Radiobrás de 2003 a 2007 (governo Lula) e de grandes revistas mensais, a exemplo da Superinteressante, Playboy e Quatro Rodas.

Além de ser a fera que é, Bucci escreveu pelo menos dois livros que cuidam exatamente do tema que o traz à Paraíba. Em 2001, lançou ‘Sobre ética e imprensa’, pela Companhia das Letras; em 2009, publicou ‘Imprensa e o Dever da Liberdade’ pela Editora Contexto.
Vale muito a pena ouvir o que um cara assim tem a dizer. Principalmente para quem milita no jornalismo em um Estado onde até o Judiciário é mobilizado por tentativas de oprimir e inibir a liberdade de expressão que se manifeste criticamente sobre a gestão e o projeto de poder do atual governador.

Ao lado de Bucci, teremos a jornalista Joana Belarmino, também Professora Doutora em Comunicação, atualmente coordenando o Mestrado em Jornalismo promovido pela UFPB para os profissionais da área. O terceiro expositor de ‘Imprensa e Liberdade em Pauta’ é o economista Carlos Fernando Neto, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e da Rede Gazeta, do Espírito Santo.

A mediação do debate caberá à jornalista Angélica Lúcio, editora do JP, formada em Jornalismo pela UFPB e já com 16 anos de batente.
Mais explicações pra dar

Segunda-feira que vem (17), a partir das duas da tarde, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia, o Doutor Gilberto Carneiro, procurador geral do Estado, vai ter que explicar as milionárias e supostamente superfaturadas compras de carteiras escolares à empresa Desk através de um ‘esquema’ que comandou no governo de Ricardo Coutinho na Prefeitura de João Pessoa (2007-2010).
“Um dos principais homens de confiança” do atual governador da Paraíba, como definiu a revista Veja, Gilberto Carneiro e outros ex-secretários do então prefeito Ricardo Coutinho respondem a processo por improbidade administrativa movido pelo Ministério Público Estadual em razão dos negócios com a Desk.
O ‘esquema’, apontado pelo MP como responsável por desvio de dinheiro público e enriquecimento ilícito, será objeto de audiência pública da CCJ à qual deverá comparecer também, como depoente, o homem que denunciou o Caso Desk ou, se preferirem, o Gibagate. O denunciante vem a ser o empresário Rodolfo Pinheiro, alvo de infrutífera tentativa de desqualificação promovida por Gilberto Carneiro e blogueiros a serviço do governo.
Quem escreveu à Secretária

A carta que teve a sua parte final publicada na coluna da terça-feira 13 (‘Nem só de tablet vive o professor’) pertence ao Professor Márcio Luís, que alertou a secretária Márcia Lucena, da Educação do Estado, para as péssimas condições de trabalho e de salário dos colegas de magistério em escola pública na Paraíba.
A propósito da distribuição de tablets e outros equipamentos de informática a professores da rede de ensino mantida pelo Estado, recebi informações de que as compras desses aparelhos também teriam passado por métodos e processos, digamos, nada republicanos. Estou apurando. Se procedente, trarei ao conhecimento dos leitores, mesmo sob risco de nova ação judicial promovida pelo governador.
Mas, pelo que já me foi dado saber, aquisições de tablets e netbooks pelo Estado constituiriam mais um negócio a exigir explicações governamentais. Pense um governo cheio de explicação pra dar!

 

Negligência ou incompetência

Definitiva e desafortunadamente, João Pessoa não é uma cidade à prova d’água. A Capital da Paraíba sofre de mal crônico em matéria de convívio com as intempéries naturais, em especial chuva forte: entra prefeito, sai prefeito, nenhum deles cuida de preparar e de prevenir a cidade para as invernadas.
Choveu, João Pessoa vira o caos. Embora um caos tão previsível quanto evitável, porque vem de pontos de alagamento e de desabamento conhecidos pelo poder público há decênios. Se brincar, alguns desses gargalos e áreas críticas aguardam há mais de 40 anos por uma boa governança que lhes faça o bom combate.
Por essas e outras, não dá pra entender porque a Prefeitura da Capital não trata de fazer no verão de seis meses que temos a desobstrução de galerias pluviais e o desassoreamento dos rios e riachos urbanos, entre outras providências comezinhas para nos livrar do inferno em que mergulhamos a cada período chuvoso.
De quebra, bem que poderia fazer também uma campanha permanente de conscientização, orientação e esclarecimento acerca de como a população deve proceder e ajudar para não passarmos pelos dissabores anuais que nos aguardam nas ruas alagadas de manutenção descuidada, negligente ou incompetente.