Impasse atrapalha construção da nova sede da AL

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Um impasse sobre o terreno que será destinado à edificação da nova sede da Assembléia Legislativa da Paraíba está atrapalhando a promessa do presidente Ricardo Marcelo (PEN) de dotar o Poder de condições mais condignas de trabalho para acomodar os gabinetes de 36 parlamentares e o quadro de pessoal da AL. Uma reportagem assinada por Angélica Nunes e publicada na edição deste domingo do “Jornal da Paraíba” revela que, passados dois anos do anúncio do presidente da Assembléia, o empreendimento pouco avançou. A direção da Assembléia alega que embora tenha sido doado um novo terreno pelo governo do Estado há problemas burocráticos de toda ordem que precisam ser equacionados.

Por outro lado, conforme o presidente, os 14 milhões de reais previstos na Lei Orçamentária Anual da Paraíba no exercício de 2013 não deverão ser suficientes para a construção da nova sede, o que exigirá reforço na dotação inicialmente apresentada. A nova sede, pelo planejado, seria construída no Conjunto Altiplano Cabo Branco, próximo ao Centro de Convenções, em terreno repassado pela administração estadual. Mas até agora, de acordo com Ricardo Marcelo, o governo não concluiu o processo de desapropriação da área, tornando difícil a obtenção de qualquer certidão da prefeitura de João Pessoa e demais órgãos competentes que atestem a possibilidade de edificação da sede no local cedido.

A Procuradoria Geral do Estado foi autorizada a tomar providências referentes à desapropriação amigável ou judicial da área declarada de utilidade pública a ser doada à Assembléia, que, por sua vez, deveria ter deflagrado o processo com a solicitação de avaliação oficial e encaminhamento de todo o trâmite necessário até a efetiva transferência do imóvel. O procurador do Estado, Gilberto Carneiro, contudo, alegou desconhecimento do processo. Alguns deputados de oposição, em contato com o “Repórter PB” não descartaram a hipótese de estar má vontade por parte da administração estadual, como represália a atitudes independentes tomadas por parlamentares, inclusive do PEN, que é presidido por Ricardo Marcelo.

Deputados mais antigos lembram que no governo Ernani Sátyro ele se comprometeu com a causa de dotar o Legislativo de uma sede condigna e não mediu esforços para a localização no prédio atual, na Praça João Pessoa. Ocorre que não houve uma previsão futurista da realidade, e o resultado é que o prédio tornou-se defasado para acomodar gabinetes e outras dependências imprescindíveis ao funcionamento de um Poder que passou a conviver com tecnologias modernas e com centros de apoio histórico, como o Memorial do Parlamento. Independente da polêmica, o presidente Ricardo Marcelo assegura que vai tentar dar celeridade ao processo, mantendo contatos com autoridades do Executivo para uma avaliação das opções disponíveis com vistas à acomodação da AL.

A burocracia também está emperrando outro projeto, só que desta feita na órbita do Executivo. A Assembléia Legislativa, depois de muita controvérsia, aprovou a concessão de aval ao governo para que a Cagepa contratasse empréstimo junto à Caixa Econômica Federal com vistas ao saneamento financeiro da estatal. Depois de todo o esforço que foi realizado, não evoluíram os entendimentos para a liberação de recursos derivados do empréstimo. O presidente da Cagepa, Deusdete Queiroga, alega que há pendências burocráticas que devem ser equacionadas, o que estaria retardando a injeção de investimentos na empresa. Deputados da oposição prometem que vão começar a reclamar do governo do Estado uma explicação convincente para o impasse que vem provocando o retardamento na liberação dos recursos do empréstimo.