A segunda pesquisa Ibope/Rede Globo divulgada ontem mostrou que permanece estável a disputa eleitoral à Presidência e que segue ainda indefinido se haverá segundo turno. A presidente Dilma Rousseff, com 38% das intenções de votos, manteve o mesmo percentual do primeiro levantamento feito pelo Ibope desde que teve início a campanha eleitoral, realizado há duas semanas.
O segundo colocado na pesquisa, o candidato do PSDB, Aécio Neves, oscilou um ponto para cima e chegou a 23%. Da mesma forma, Eduardo Campos, do PSB, subiu um ponto, para 9%. O quarto colocado na corrida presidencial, Pastor Everaldo (PSC), manteve 3% das intenções de voto. As mudanças ocorreram dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
O levantamento, realizado entre domingo e quarta-feira, mostrou também que a aprovação da maneira como Dilma está governando aumentou para 47%. Na pesquisa anterior esse percentual era de 44%. A desaprovação diminuiu um ponto, de 50% para 49%. A avaliação do governo também teve leve melhora. Os que avaliam o governo como ótimo ou bom oscilaram de 31% para 32%. Os que consideram como regular foram de 36% para 35%. As avaliações de ruim e péssimo diminuíram de 33% para 31%.
Na simulação do segundo turno entre Dilma e Aécio, a disputa ficou mais apertada. O tucano cresceu três pontos em relação à pesquisa feita há duas semanas, de 33% para 36%, e a petista um, de 41% para 42%. Na simulação entre Dilma e Campos, ambos subiram três pontos, mantendo estável a distância entre eles. Segundo o Ibope, hoje Dilma venceria com 44% dos votos, contra 32% de Campos. No levantamento anterior, a presidente pontuava 41% e o socialista, 29%.
Os demais candidatos à Presidência — Eduardo Jorge (PV), Luciana Genro (PSOL), Zé Maria (PSTU), José Maria Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB), Mauro Iasi (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO) — somaram 3%. Como a soma dos pontos de todos os adversários de Dilma é de 38%, mesmo percentual de votos da presidente, permanece incerto se haverá segundo turno. O percentual de votos em branco e nulos diminuiu de 16%, na pesquisa anterior, para 13%.
Os dados levaram cada partido a comemorar um dos aspectos da sondagem. Para o líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), a recuperação nos índices de aprovação é o mais importante:
— Essa avaliação positiva do governo é um bom sinal. A tendência é melhorar. O que estamos vendo é que, quando um sobe, todos sobem, e quando um desce, desce todo mundo. Essas pesquisas nos animam pela perspectiva de vitória ainda no primeiro turno — disse.
Já o coordenador da campanha de Aécio, o presidente do DEM, José Agripino Maia (RN), considera que o crescimento constante do candidato tucano nas sondagens de segundo turno revelam uma perspectiva clara de derrota de Dilma.
— O mais importante é que a curva é letal. A curva de Aécio contra Dilma é ela caindo ou estacionando e Aécio subindo progressivamente. Quem analisar a curva vai chegar à constatação de que Dilma vai perder a eleição e que as chances de Aécio são consistentes, crescentes e progressivas — defendeu.
O líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg, acredita que os números tendem a mudar quando se intensificar a presença dos candidatos na mídia, especialmente com o horário eleitoral.
— Com a cobertura da mídia espontânea nessas duas semanas e, depois, com os programas de TV, os candidatos vão ter efetivamente oportunidade de se apresentarem e se tornarem mais conhecidos. Vamos observar Eduardo crescer.
O Globo