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Ibope: 78% são contra o financiamento privado de campanhas eleitorais

REFORMA POLÍTICA:

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Levantamento encomendado pela OAB mostra ainda que 56% querem o chamado voto em dois turnos para o Parlamento: primeiro numa lista de propostas partidárias, depois nos candidatos
por Redação RBA publicado 06/08/2013 19:17, última modificação 06/08/2013 19:43

Pesquisa Ibope encomendada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e divulgada hoje (6) mostra que 78% dos eleitores são contra o financiamento privado de campanhas eleitorais e que 56% defendem o voto em dois turnos para o parlamento (primeiro numa lista de propostas partidárias e só depois nos candidatos desses partidos).

A opinião da maioria dos entrevistados coincide com as propostas apresentadas por partidos de esquerda e progressistas para a reforma política. Para esses partidos, a possibilidade de empresas financiarem as campanhas e o voto uninominal para os parlamentos estão na raiz da maioria dos problemas do sistema político brasileiro, como a corrupção, o descompromisso com os programas partidários e a falta de sintonia entre os poderes Legislativo e Executivo.

Foram ouvidas 1.500 pessoas por telefone em todas as regiões do país entre 27 e 30 de julho. A margem de erro é de três pontos percentuais.

Ainda segundo a pesquisa, 92% são favoráveis à reforma política por meio de um projeto de iniciativa popular; 80% querem limite máximo para uso de dinheiro público nas campanhas; e 84% querem que as mudanças passe a valer já nas eleições de 2014.

“O Brasil precisa urgentemente fazer esse choque de legitimidade política. Indiretamente, as pessoas estão buscando a reforma política”, disse o presidente da OAB, Marcus Vinicius Coêlho, durante a apresentação do trabalho.

Depois das manifestações de junho, a presidenta Dilma Rousseff (PT) sugeriu a realização de um plebiscito para orientar a reforma política, mas a ideia foi descartada pelo Congresso Nacional, responsável por levar a consulta adiante.

O movimento encabeçado pela OAB coleta assinaturas para encaminhar projeto de lei de iniciativa popular com os temas que o Congresso se recusa a discutir, principalmente o financiamento público e o voto em dois turnos para os parlamentos.

O projeto precisa de 1,6 milhão de assinaturas até o próximo dia 28. Segundo a Ordem, será a primeira vez que assinaturas eletrônicas terão validade jurídica em um projeto de iniciativa popular.

“A pesquisa serviu para verificar a opinião da população, já que não teve plebiscito. Queríamos saber se a OAB está mobilizada por algo que a sociedade quer. Concluímos que a população brasileira quer uma reforma política que transforme os costumes políticos do país”, destacou Coêlho.