O Tribunal do Júri de Brasília julgou nesta segunda-feira (3/4) Vinícius Neres Ribeiro, 20 anos, acusado da morte da estudante universitária Louise Maria da Silva Ribeiro, 20, em março do ano passado, em um dos laboratórios de Biologia da Universidade de Brasília (UnB). O réu foi condenado a 22 anos por homicídio quadruplamente qualificado (por motivo fútil, meio cruel, recurso que dificultou a defesa e feminicídio) e a 1 ano e 10 dias por destruição de cadáver.
Vinícius teve a pena atenuada por ser menor de 21 anos e confessado espontaneamente o crime que chocou a capital do país. Ele terá de permanecer na cadeia.
A sessão de julgamento, que durou mais de 10 horas, estava prevista para começar às 9h, mas em função da presença de centenas de pessoas interessadas em assisti-la, houve atraso. Por volta das 9h50, o juiz Paulo Rogério Santos Giordano deu início à sessão, ouvindo as testemunhas.
Um dos momentos mais esperados da sessão começou por volta das 14h. Em seu depoimento, Vinícius disse que teria começado a namorar com Louise em 2015. Mas que o relacionamento era mantido em sigilo. Afirmou que após uma viagem com a família, a jovem teria voltado diferente: ” A Louise disse que não queria mais o relacionamento.”
Quando finalmente ela decidiu encontrá-lo, ele a matou. “No final, ela agiu com desdém. Acabei perdendo a cabeça. Ela me abraçou como uma forma de dizer ‘dane-se’”, contou. “No momento do abraço eu senti raiva dela. Ela me menosprezava nas pequenas coisas. Me ignorava. Isso tudo foi se acumulando. O abraço foi uma prova da indiferença que ela tinha comigo”, relatou.
Após matar Louise, Vinícius disse que tirou a roupa dela: “Queria vê-la pela última vez. Tive uma ereção e cheguei a colocar o preservativo, mas não fiz nada”. Depois de contar em detalhes como tinha matado a estudante, Vinícius tentou justificar o crime: “Ela mudou a forma de ser e ignorou todo o resto. Foi a única pessoa que me imaginei tendo um futuro. Mas ela passou a me ignorar completamente”.
Depois do depoimento do réu, foi a vez de o promotor Marcello Medeiros falar no júri. Ele disse que Vinícius cometeu um feminicídio com mais três qualificadoras. “Nunca vi tamanha frieza”, ressaltou. De acordo com o promotor, os laudos mostra que Louise morreu por asfixia e que, após assassinar a vítima, o rapaz queimou suas partes íntimas. “Para mostrar que se ela não fosse dele, não seria de mais ninguém”, acrescentou o promotor.
A próxima a falar foi a advogada de defesa Tábata Lais Sousa Silva. Ela tentou desconstruir os argumentos do promotor de que se trata de um crime de feminicídio. “Ele a matou, mas por razão de forte emoção”, disse.
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Fonte: Metrópoles