Hipócrates faz feira

foto

Marcos Tavares

O buraco por onde escoa o funcionamento da saúde pública nacional é bem mais embaixo. Ele fica no bolso dos profissionais. Não se pode exigir trabalho – e muito menos qualidade – de um profissional pessimamente remunerado que tem de encontrar três ou quatro empregos para poder sobreviver com o mínimo de decência. Fala-se muito do sacerdócio que é a medicina, mas é preciso lembrar que esses sacerdotes fazem feira, pagam escolas, aluguéis, carros e precisam de um orçamento compatível com sua profissão. Eles investem em livros, congressos e atualização e tudo isso só se faz com dinheiro, e não com o parco dinheiro pago pelo sistema de saúde.

Um dos problemas nacionais é justamente procurar chifres em cabeça de cavalo, quando o óbvio está ululando à sua frente. Por que mais cesáreas que partos normais na rede pública, em números que desafiam todas as estatísticas? Porque uma cesárea é mais rápida e libera o médico para outra jornada e o parto normal às vezes demanda horas e o SUS paga uma bagatela ao obstetra que assiste a parturiente. São coisas fáceis de imaginar e detectar e que acabam todas elas na falta de dinheiro, muito embora o governo apregoe que gasta com a saúde o que manda a lei. Se gasta mal e não gasta é assassino.

Comparemos os vencimentos estaduais de um médico e o de um juiz. Ambos têm formação superior e passaram anos em universidades. O de magistrado é gordo, bem mais gordo do que o médico, por razões que ninguém explica por que a justiça não é maior que a vida. Portanto, não há muito que elucubrar, mas sim arregaçar as mãos para conseguir mais dinheiro, deter as roubalheiras que infestam o sistema, acabar com os privilégios intoleráveis de algumas classes e num instante a saúde pública fluirá. Sem precisar para isso que o comandante Fidel nos mande seus médicos, mais versados em teoria marxista que em anatomia.

Cascata

Dizem os marqueteiros políticos que as quedas em pesquisa começam a preocupar quando elas são contínuas e formam uma espiral descendente.

E sendo assim, dona Dilma pode ir cuidando de preparar suas malas para mudar-se do Alvorada, pois nova pesquisa do CNT realizada na última terça-feira indica outra queda na popularidade da política.
Dilma agora está no patamar de 31,4% ao invés dos 54,2% registrados no mês passado, muito embora tenham cessado as manifestações de rua.

A confirmar-se essa contínua queda de Dilma nas pesquisas, antes mesmo de iniciado o período eleitoral, o PT terá de optar por outro nome se não quiser ser derrotado.

Será o de Lula?!

Escalada

Parece que Estelizabel Bezerra, atualmente na Comunicação, será a escalada para bater forte no prefeito Cartaxo e em quem ele venha apoiar nas próximas eleições.

Mesmo secretária, ela já dispara flechas contra Cartaxo, a quem acusa de festeiro e futebolista – no que não deixa de ter razão – prometendo um arsenal bem maior quando a campanha estiver na rua e Estela disputando uma vaga na prefeitura.

Ela só precisa não esquecer que Cartaxo não é candidato a deputado…

Recrudesce

Aumentam os casos de dengue em todo o Estado. É o resultado de uma fraca educação do povo com uma mais fraca ainda ação do governo.

É o fim da picada!

Viagem

Ainda Estela. Ela diz que o antigo coletivo pode vir a reagrupar-se.

Em política nada é impossível, mas coletivo quando emperra é danado pra não querer pegar mais.

Histeria

Uma tal organização ‘Ocupa Beira-Rio’ inferniza o trânsito fechando a circulação de veículos naquela artéria.

Os motivos: não querem que reduzam os canteiros no meio da rua. É risível…

Organizações

Setores da administração penitenciária descobrem – um tanto tardiamente – que o PCC tem ligações com as gangues e a bandidagem local.

Essa até a velhinha de Taubaté sabia.

História

Mal contada, muito mal contada a versão do estupro cometido pelo jogador Bilica.

Pra mim, tem caroço debaixo desse angu.

Novela

Acaba a novela da Acadepol.

TCE julga lícita a transação entre governo e empresa privada.

Frases…

Origens – Os macacos nunca leram Darwin. Por isso nunca evoluíram.

Arrazoado – Nunca discuta com um doido. Ele sempre tem razão.

Heróis – Os mortos não vencem nenhuma guerra.