Guia eleitoral ao vivo

Rubens Nóbrega

A cada eleição sinto cada vez mais necessidade de reapresentar uma velha proposta: guia eleitoral ao vivo. Nele, os candidatos enfrentariam câmeras e microfones em cenário neutro, com direito apenas a uma legenda com número da candidatura, do partido ou da coligação.
Um guia eleitoral ao vivo reduziria a quase zero o custo das campanhas, algumas milionárias e financiadas com dinheiro desviado do erário ou dinheiro sujo lavado por empresários que corrompem candidatos com potencial de vitória, porque esses são corruptíveis a toda prova e hora.
Outra grande vantagem do guia eleitoral ao vivo seria permitir ao eleitor conhecer o candidato como o candidato realmente é, sem maquiagem na cara e no discurso, sem ter como enganar que está falando, quando na verdade lê coisas preparadas por terceiros e das quais muitas vezes não tem a mínima ideia.
Na minha ideia, ocupando horários previamente programados e distribuídos pela Justiça Eleitoral, uma ou duas vezes por dia, no máximo, os candidatos compareceriam e dariam o seu recado em um estúdio sob controle direto de um juiz e supervisão do promotor ou procurador eleitoral.
A transmissão seria feita por uma rede de emissoras de rádio e televisão. Assim, um após o outro, os candidatos proporcionais usariam o espaço para pedir voto e anunciar propostas para um mandato popular.
Já os majoritários, além dos pronunciamentos diários, teriam os seus programas reservados para debates pelo menos uma vez a cada quinze ou vinte dias.
O debate seria mediado obviamente por juiz eleitoral, não excluiria qualquer candidato, mesmo aqueles sem representação na Câmara Federal, e seria realizado segundo regras elaboradas pelo Ministério Público, discutidas com e aceitas por todos os concorrentes.
Não tem mistério, não tem dificuldade. É proposta para ser maturada, aperfeiçoada e transformada em projeto de lei. Um único artigo ou parágrafo num artigo já existente da Lei Orgânica dos Partidos ou das Eleições resolveria.
Desde que deixasse a regulamentação dos procedimentos a cargo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, por sua vez, precisaria mudar a cultura de restringir, obstaculizar e punir ao máximo a comunicação direta entre candidatos e eleitores.


TCE causa revolta

Quando a gente pensa que está começando a melhorar ou mudar um pouquinho, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) reafirma a sua vocação de forte para os fracos e de fraco diante dos fortes.
Vi e ouvi ontem muita gente revoltada diante da aprovação de contas do Ricardus I anteontem à noite, apesar do parecer contrário do Ministério Público, apesar do voto contrário do relator Humberto Porto, apesar de tudo o que a auditoria do TCE encontrou de errado na gestão monárquica.
Voltarei ao assunto quando forem disponibilizados o relatório de auditoria e o parecer do MP que atua junto àquele Tribunal. Por enquanto, dou a vez a minha amiga V.A., que me mandou ontem i-meio irado com o seguinte teor:
– Caro Rubens, fiquei indignada com a covardia da maioria dos conselheiros do TCE aprovando os desmandos financeiros de Ricardus I. Eles só são corajosos para desaprovar contas de prefeituras pequenas. Lembro que o único ex-governador que teve contas desaprovadas foi Wilson Braga e assim mesmo porque já estava fora do poder. Por que o TCE não muda logo de sigla e passa a se chamar TCP (Tribunal Contra os Pequenos)?


Pérolas do Seridó

Com aposição de placa comemorativa na casa do Maestro José Theódulo Fernandes, patrono e grande homenageado do evento, a cidade de Santa Luzia encerra hoje à tarde a I Mostra de Música Instrumental do Seridó Paraibano e Potiguar.
Promoção do Café Cultura com apoio da Funarte (Fundação Nacional de Arte), a Mostra foi aberta na última quarta-feira com oficina sobre trompete conduzida por Fernando Nandel, da UFCG/Centro de Formação Musical.
Na quinta, foi a vez do clarinete de Teinha, do canto coral com Fátima França, do saxofone com Costinha e arranjos com o Maestro Chiquito. Ontem, trombone (Gilvandro, da UFRN), pífano e percussão (Heráclito Dornelles), regência (Sandoval) e flauta transversal (Thaliana).
Hoje pela manhã, duas mesas redondas abordarão os seguintes temas: Músicos Profissionais e o Mercado de Trabalho, tendo o Maestro Chiquito como facilitador, e A Capacitação Musical no Fortalecimento da Criatividade/Expressão Musical da Região do Seridó, que será conduzida pelo Professor Vicente Nóbrega, fundador e diretor da Escola Toque de Vida, de João Pessoa.
Em todas as noites da Mostra o público foi brindado com apresentações musicais dos profissionais, professores e alunos participantes. E durante a aposição de placa neste sábado, prevista para 16h30, o Maestro José Theódulo Fernandes será homenageado pela Banda de Música Mirim de Santa Luzia.