"Governo Ricardo é bolinha de sabão, que surge e se esvai no tempo sem saber para onde ir"


O ex-governador José Maranhão resolveu sair novamente do silêncio diante dos últimos fatos políticos e considerou os governos do estado e de João Pessoa “despreparados, arrogantes e envolvidos logo cedo com falcatruas e escândalos nacionais”. Ele definiu o Governo Ricardo como stalinista e comemorando cem dias “com ´s´- sem moral, sem competência e sem obras”. Ele observou que não tem pretensão de disputar a prefeitura de João Pessoa, mas se for chamado e houver consenso não fugirá da missão.

Maranhão, ao ser indagado sobre como tem acompanhado os fatos políticos e administrativos na Paraíba, comentou que “começamos a conviver com o total despreparo, arrogância e, no Poder, com o envolvimento rápido com falcatruas e escândalos nacionais, a exemplo do caso da Merenda Escolar, que precisa se aprofundar para revelar mais problemas”.

Para o ex-governador, “a Paraíba resgatou os tempos de perseguição do Stalinismo com o aparelho do Estado adotando medidas absurdas contra quem não comunga com certas práticas ultrapassadas”. Este processo, segundo Maranhão, “é fruto do fato do governador ser um Stalinista, que não acredita na força das idéias, mas na força da imposição de seus desejos”.

Quando perguntado como via a responsabilização dos problemas atuais pelo governador Ricardo Coutinho à fase de seu Governo, como herança passada, ele observou que “felizmente os números falam mais do que o discurso, portanto, o Balanço Geral do Estado publicado obrigatoriamente pelo Governo provou que, ao contrário, deixamos a máquina administrativa em ordem”.

E acrescentou: “o problema é que o atual governo é incompetente e tenta em vão responsabilizar seus erros a terceiros, mas isso não cola porque a sociedade paraibana é inteligente e sabe distinguir tudo”.

OUTRAS ANÁLISES – O ex-governador definiu o governo como “bolhinha de sabão”, que surge e se esvai no tempo sem saber para onde ir. Maranhão criticou ainda a postura governista de não apoiar os grupos musicais chamados de “forró de plástico”.

– O fenômeno musical é irreversível e não adianta brigar com os fatos e os tempos – conceituou afirmando que “não importa o estilo musical, mais importante mesmo é cumprir com a obrigação governamental de apoiar a cultura indistintamente, claro que valorizando os artistas da terra, mas não é o caso atual, pois, nem apóia o pé-de-serra e ainda se insurge contra ritmos das novas gerações”.

JOÃO PESSOA – Maranhão considerou o governo Luciano Agra “potencialmente perdido diante de uma sociedade esclarecida chocada com tantos desmandos e incompetência”, disse ele, lembrando que “a atual fase lembra muito uma outra, lá atrás, quando as denuncias foram mais fortes do que a força dos governos e do dinheiro para se impor na relação social”.

Quando indagado se aceita ser candidato a prefeito da Capital, ele afirmou: “Confesso que não trabalho nem pretendo assumir esta condição porque acredito na Oposição, temos bons nomes e com a unidade poderemos vencer a disputa”.
E adiantou: “Não digo que dessa água não beberei porque, se houver necessidade e consenso, não posso furtar a missões, mas temos bons nomes”.