Que o governo tem cometido as maiores “lambanças” nesses primeiros meses de gestão, isso quase todo mundo concorda. Agora, governo enfraquecido e uma oposição desarticulada, inconseqüente e extremamente perdida, sem um raio de ação que possa capitalizar para si o atual cenário, eleitoralmente falando, não é sempre que ocorre.
Pois é exatamente o quadro que estamos vivenciando atualmente aqui no nosso estado. O governo paga o preço pelos erros que vem cometendo e, com raras exceções, quase ninguém tem puxado para si o referencial desse debate.
Para ser mais justo, o prefeito Veneziano Vital, de Campina Grade, botou as unhas de fora nesta última semana, mas o problema é que, de forma unilateral, quase sozinho, sem um exercito que possa lhe dar respaldo, pode fazer muito barulho, usando os poucos espaços que restam na imprensa, mas, dificilmente conseguirá causar os estragos que se esperaria de uma oposição mais vibrante, eloqüente, firme e articulada.
O fato é que, parte da base que representa a oposição a Ricardo Coutinho, parece estar hibernando, tipo aquele tipo de ser que prefere esperar os próximos acontecimentos, as futuras movimentações, aguardando a hora certa para atacar o inimigo. Até aí tudo bem.
Mas, o problema é que esta pode ser a estratégia equivocada. A história tem mostrado essas “facetas” da política em que a conjuntura difere uma da outra, nunca ocorre de forma retilínea, igual, descartando o processo dialético.
Se num determinado momento histórico o prudente é não se combater um governante já no início de sua gestão, noutro pode não ser a tese correta e o mais conseqüente do ponto de vista político é aproveitar o grau de fragilidade e ir direto pro embate sem dó, nem piedade.
E acho que os setores oposicionistas não conseguiram ainda fazer essa leitura do atual momento político na Paraíba. Estão perdidos, míopes, não têm a compreensão compacta e lógica daquilo que estamos assistindo no momento e seus desdobramentos para os futuros “rounds”.
Eles, os oposicionistas, precisam entender que é hora de sair dos quartéis, é o momento de botar a cara na rua e partir para o enfrentamento político. É o espaço para aproveitar as fragilidades que apresenta o atual governo, aglutinar forças, capitalizar as insatisfações e construir as bases para a disputa do próximo ano, uma vez que, especificamente em João Pessoa, a meta é retomar o comando da gestão municipal.