O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, admitiu que foi um erro do governo ao ter minimizado os protestos ocorridos ontem (7), durante o desfile em Brasília e na cerimônia de abertura da Paralimpíada, no Rio de Janeiro.
“Quero fazer um mea culpa”, disse o ministro ao jornal Folha de S. Paulo. “Todo protesto deve ser respeitado, é algo natural da democracia e assim deve ser tratado.”
Ontem, durante o desfile de Sete de Setembro, Padilha disse que os gritos “fora Temer” e as vaias vieram de um pequeno grupo de cerca de 18 pessoas, num público estimado em 18 mil.
Michel Temer também foi vaiado enquanto declarava a abertura da Paralimpíada. “Declaro abertos os Jogos Paraolímpicos do Rio de Janeiro-2016”, disse o presidente, com muitas vaias e gritos “fora Temer”.
Segundo Padilha, o governo vai tentar separar a “luta política dos protestos das manifestações que têm uma pauta de reivindicações”. Quando acontecer protesto com pauta de reivindicação, o ministro disse que vai chamar as pessoas para conversar no Palácio do Planalto e buscar uma negociação.
Já se a manifestação for puramente política, como protestos contra o impeachment de Dilma Rousseff, “não há o que fazer.”
Desde o afastamento definitivo de Dilma, no fim de agosto, centenas de milhares de pessoas foram às ruas de diversas capitais.
Em sua viagem à China para a reunião do G20, Temer chegou a chamar de “inexpressivos” e “grupos mínimos” os movimentos que protestavam contra seu governo.
“São pequenos grupos, parece que são grupos mínimos, né?”, disse à Folha. “Não tenho numericamente, mas são 40, 50, 100 pessoas, nada mais do que isso. Agora, no conjunto de 204 milhões de brasileiros, acho que isso é inexpressivo.”
Ele também disse que as manifestações não eram democráticas.
Fonte: HuffPost Brasil