OS HOMENS-BOMBA QUE DETONAM RC
Gilvan Freire
Por que será que RC, além de não ter transparência sobre grande parte dos negócios do governo, ainda esconde a sete chaves fatos que a opinião pública precisa rigorosamente saber, porque dizem respeito aos interesses coletivos?
Desse vício pecaminal (para não dizer gravemente criminoso) de falta de transparência de seu governo – que transforma RC no mais atrasado governante dos últimos anos no Estado – resultam muitos problemas que um povo minimamente civilizado não pode aceitar, sob pena de instituir-se na administração pública um feudo extremamente corrupto e cinicamente enganador, sob a regência de um líder que parecia encarregado de fazer o saneamento moral da gestão pública e emprestar-lhe caráter republicano, ou seja: honesta, transformadora, ética e impessoal.
O que se tem visto com RC no governo é o centralismo administrativo; as mais infames práticas antidemocráticas; o desmantelamento da máquina estatal; a violação constante da ética pública; a crise de relação com servidores e com as demais instituições e poderes; o uso milionário da propaganda enganosa; a manipulação de dados e números da gestão; e a inversão escandalosa do prometido e esperado caráter republicano da governança, em que muita gente de boa-fé acreditou e apostou.
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Não bastasse essa avalanche de desatinos governamentais, todos produzidos pela personalidade atípica e desconcertante do administrador, que tem todas as características de uma duradoura tempestade psíquica, explicável somente pelo viés da ‘psicanálise analítica’ de Jung, o mais celebre discípulo de Freud, há, ademais, um mundo de anormalidades frequentando a vida privada e familiar de RC, expostas pelo lado mais bizarro e ridículo, levando a sociedade a temer pelo pior desfecho.
Mas enquanto a população e os demais poderes e instituições se acomodam para assistir de camarote baixo esse triste espetáculo de degenerância da autoridade pública e suas maluquices caras ao Erário e afrontosos à pobreza – que precisa de boas ações governamentais e da normalidade humana dos governantes –, eis que se levantam vozes de resistência aos desmandos e à depressão moral em vigor no Estado hoje.
A Assembleia Legislativa parece agora acordar da letargia e das contradições a que esteve submetida nesses últimos tempos, apesar da firmeza de seu presidente. Mas é na imprensa (quase toda garroteada pelo autoritarismo ou pelo sistema de aluguel e compra e venda do governo) onde está o menor e melhor grupo de ataque às sodomias que infestam a administração de RC e envergonham a sociedade paraibana.
RUBÉNS NÓBREGA E HELDER MOURA, que estão calejados de enfrentar governos intolerantes e dezenas de ações na justiça em defesa da liberdade de imprensa livre, estão deixando RC mais louco do que é naturalmente. Mas eles desmoralizam o trêfego governante pelo lado em que ele mais desmoraliza a Paraíba: o da mentira deslavada e rude da autoridade que perdeu a noção de sua palavra como sinal de honra da função que ocupa. Se alguém já vinha imaginando que o fim de RC estava se aproximando, pode ter a certeza de que o fim chegou. Estava demorando muito.
