O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (24) não ter visto uma tentativa do ex-ministro do Planejamento Romero Jucá em obstruir a Operação Lava Jato numa conversa com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
Questionado sobre a gravação antes de uma sessão na Corte, Mendes disse apenas ter notado uma “impropriedade” de Jucá, no diálogo, quando disse que conversou com ministros do STF e ao se referir a um “acordo” com a Corte para viabilizar o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff e levar à Presidência o interino Michel Temer.
“Não vi isso [tentativa de obstruir a Lava Jato]. A não ser, uma certa impropriedade em relação à referência ao Supremo. Sempre vem essa história: já falei com os juízes ou coisa do tipo. Mas é uma conversa entre pessoas que tem alguma convivência e estão fazendo análise sobre o cenário numa posição não muito confortável”, afirmou Mendes a jornalistas.
O ministro afirmou nunca ter sido procurado por Jucá para falar sobre a Lava Jato. “Não, sou uma pessoa que tenho bom relacionamento com o Jucá desde o governo Fernando Henrique e ele nunca me procurou sobre isso”, respondeu, ao ser indagado sobre a fala de Jucá de que conversou com ministros.
Ao comentar a gravação de Jucá, Mendes disse ainda que falas com supostas tentativas de barrar investigações tornaram-se uma “repetição”, um “mantra”.
“Virou um mantra, um enredo que se repete, pode deixar que resolvo. Isso também aparece de vez em quando nas gravações com advogados. […] Não há o que suspeitar do Tribunal, o Tribunal tem agido com muita tranquilidade, com muita seriedade, muita imparcialidade, a mim me parece que não há nada para mudar o curso”, afirmou.
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Fonte: G1