Gestão de Cartaxo sofre desgaste com aliados e ofensiva de opositores

Gutemberg Cardoso

Ultrapassando um ano de gestão, cabe uma análise das ocorrências que pairam sobre o governo Luciano Cartaxo, do Partido dos Trabalhadores. O que estaria ocorrendo na ação política do PT, que governa a maior cidade do estado? Por que os aliados estão reclamando tanto? A doença do Governo do Estado estaria contaminando o prefeito da Capital? Centralismo? Decisões tomadas com poucos? O que ocorre, enfim?

Não é comum o que tem ocorrido nos dias atuais. No PMDB, Manoel Júnior já reclamou da falta de conversa e diálogo, ontem foi José Maranhão, fazendo críticas diretas ao Governo e dizendo que o PMDB ajudou Cartaxo a se eleger em 2012. O Partido Solidariedade, de Benjamim Maranhão, que tem quatro vereadores, está lutando por espaço, por diálogo, e já vai completar um mês solicitando audiência sem ser ouvido. O PTB de Wilson Santiago também lavou as mãos, Santiago chegou a dizer que não conseguiu nomear um só ser no Governo Cartaxo e garantiu que não vai mais dialogar.

O PRB, do Pastor, também reclama (e faz tempo), mas diz que já perdeu as esperanças. Eu poderia citar o caso de Raoni, que recentemente rompeu com o Prefeito, por falta de gestão política de Cartaxo. Nas rodas já se criou um bordão, o Governo Cartaxo só diz uma frase ‘vamos ver, vamos ver e vamos ver’, estes que reclamam estão dizendo que o discurso de ‘diálogo e integração’ do prefeito Cartaxo é da boca pra fora e dizem sem cerimônia.

O que estaria ocorrendo? O homem escalado para o diálogo político é Rodrigo, que foi presidente do Partido e deputado estadual. Dizem que ele anda com a cara tão lisa que o ‘vamos ver’ dele já é dito sorrindo e nem sequer encaminha o pleito para o prefeito Cartaxo. Outros segmentos já dizem que o governo foi composto apenas por petistas de quadros da Universidade e a cota pessoal do prefeito, até mesmo os que não são do PT, que estão no Governo em cargo de chefia, são também da cota pessoal do Prefeito.

Enfim, como um governo tão exitoso, no seu primeiro ano, bem aprovado pelo povo de João Pessoa, começa a enfrentar ultrapassando um ano todas estas reclamações? E eu aqui tenho que fazer outro registro, é importante não confundir esta crise política dos aliados com o bombardeio midiático que o Governo está sofrendo nos dias atuais. Este bombardeio tem um pouco de armação, algumas reclamações tem até procedência, mas na maioria dos casos tem ‘jogo’ por trás, e tem jogo político e tem também os interesses do Governo do estado contra o Governo Cartaxo.

Lamento que a mídia que o Governo tem feito nos últimos dias só tenha falado de festa, porque é no aspecto festa que os opositores de Cartaxo mais tem criticado, tem festa sim, o povo gosta, mas falta saúde; tem festa, mas outros setores precisam ser assistidos. Nessa bancada da mídia, a gente precisa colocar uma vírgula muito grande. Mas eu quero me ater às relações políticas. Como o PT, que é um partido forte no Estado contando com a Prefeitura de João Pessoa, que foi eleito com um grande leque de apoios e, de repente, os apoios começam a fugir.

Afinal de contas, qual é a estratégia que o PT de Cartaxo e seu grupo está adotando para as eleições deste ano? A lógica aponta que tem que agregar partidos para a candidatura própria ao Governo da Paraíba, que foi lançada e esquecida também. Nadja está jogada às traças, pois bem, Cartaxo deveria estar agregando mais partidos, mais apoios, mas está havendo o contrário, algo precisa ser feito urgentemente porque, por enquanto, a gente percebe que a sua credibilidade e o seu saldo político é muito grande. Mas já começa a sofrer arranhões e estes arranhões podem não cicatrizar até as eleições.