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General do Exército diz à PF que Bolsonaro lhe apresentou duas minutas de golpe

Foto: Wilton Júnior/Estadão / Estadão

O depoimento do general Marco Antonio Freire Gomes à Polícia Federal (PF) trouxe novas informações sobre a tentativa de golpe em 8 de janeiro do ano passado. Segundo o general, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, teriam apresentado dois documentos contendo a minuta dos atos golpistas.

 

Coronel deu as declarações na última semana

 

Freire Gomes prestou depoimento à PF na última sexta-feira, 1, e suas declarações chamaram a atenção ao implicar diretamente o ex-presidente na trama. O brigadeiro Carlos de Almeida Batista Jr também confirmou a participação de Jair Bolsonaro às autoridades. As informações foram divulgadas pela jornalista Míriam Leitão, do jornal O Globo.

Os depoimentos coincidem com a apreensão realizada pela PF no gabinete de Bolsonaro, dentro da sede do Partido Liberal (PL). Durante a operação, a polícia encontrou a minuta mencionada por Freire Gomes, o que comprovaria a declaração feita pelo militar.

De acordo com o relato do general, Bolsonaro não apenas apresentou a minuta pessoalmente, mas também convocou o general Estevam Theophilo para o Palácio do Alvorada para mostrar o “firme propósito de implementar o que estava escrito”. Theophilo é comandante do Coter, o comando das Operações Terrestres.

 

Polícia Federal deve investigar fatores

Em seu depoimento, Theophilo afirmou que compareceu à reunião no Palácio a pedido de Freire Gomes. No entanto, o próprio Freire Gomes negou essa informação à PF e disse que a ordem não partiu dele.
Segundo o jornal O Globo, o depoimento é esclarecedor, mas há dúvidas em relação ao general. Por exemplo, a PF deve investigar o motivo pelo qual ele não denunciou o que estava sendo preparado, nem se mobilizou para desfazer os acampamentos que estavam sendo montados em frente aos quartéis.

Por um lado, a versão apresentada pelos militares defende que havia um parecer jurídico que considerava a remoção dos acampamentos como um caso de segurança pública e não uma atribuição do Exército. Por outro lado, há indícios de que os próprios militares chegaram a enviar tropas para impedir a retirada dos acampados que pediam um golpe de estado.

Fonte: Polêmica Paraíba com Fórum
Créditos: Polêmica Paraíba