Partido quer garantir comando de mais um ministério no governo Dilma.

Parlamentares do PMDB foram convidados para uma reunião nesta quarta-feira (15) pelo vice-presidente da República e presidente do partido, Michel Temer, para discutir a reforma ministerial que deverá ser anunciada pela presidente Dilma Rousseff a partir do fim de janeiro. O PMDB quer garantir o comando do Ministério da Integração Nacional, que era da cota do PSB até outubro de 2013, quando a sigla deixou os cargos no governo.

Entre os convidados para o encontro desta quarta estão os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Também deverá participar da reunião o vice-presidente da sigla, Valdir Raupp (RO), além dos líderes do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), e na Câmara, Eduardo Cunha (RJ).

Na segunda-feira, Temer se reuniu com Cunha e Raupp após encontro com Dilma para discutir os cenários da reforma ministerial. Atualmente, o PMDB comanda cinco ministérios: Minas e Energia (Edison Lobão), Previdência (Garibaldi Alves), Turismo (Gastão Vieira), Agricultura (Antônio Andrade) e Secretaria de Aviação Civil (Moreira Franco).

A intenção do PMDB é aumentar a sua participação no governo. “É fato [que o PMDB queira o comando do Ministério da Integração], porque foi muito comentado e divulgado no ano passado. Não temos como negar essa intenção, mas a presidente falou que não está definido”, disse Valdir RaupP.

Segundo informou o Blog do Camarotti no último dia 11, o Palácio do Planalto estaria disposto a ceder a pasta da Integração ao partido de Temer somente se a sigla devolver o Ministério do Turismo. Atualmente, o Turismo está sob o comando de Gastão Vieira, do PMDB maranhense. O governo estaria disposto negociar a pasta com o PTB.

Para o senador Valdir Raupp, é pouco provável que a sigla promova uma retaliação ao governo caso fique sem o ministério desejado. No entanto, o parlamentar acredita ser possível que ocorra a antecipação de pré-convenções do PMDB para discutir o apoio ao PT em nível estadual.

“Existe a possibilidade de adiantar uma pré-convenção, sem validade definitiva, para discutir o apoio ao governo. Isso é possível se houver maioria dos diretórios, mas ainda não está decidido. Está se iniciando uma conversa. Alguns estados, que tem candidatura própria do PMDB e do PT, têm esse interesse”, declarou Raupp.

Aliança nacional
Para o senador, apesar de haver disputas por candidaturas dos dois partidos em estados como Rio de Janeiro, Ceará e Bahia, a aliança nacional deverá permanecer. “Em nível nacional, creio que vai ser mantida aliança. Essa discussão não vai se esgotar agora. É um assunto que vai continuar voltando nas próximas convenções”, afirmou.

De acordo com Raupp, após a reunião de quarta-feira, Dilma Rousseff deverá fazer ao menos duas novas reuniões com membros do partido para debater o novo desenho da Esplanada dos Ministérios.

“Claro que o partido é importante, tem a maior bancada no Senado e segunda maior a Câmara, além da presidência da Câmara e do Senado. É um partido grande e tem como administrar as pastas. Mas ainda não tem nada conclusivo da presidente”, declarou. Felipe NériDo G1, em Brasília