ASSÉDIO

Funcionária denuncia assédio de gerente e equipe faz "festa" para humilhá-la

“Apesar de todo esforço da PM, o índice de reincidência criminal é alarmante, pois os criminosos presos logo estão de volta às ruas, gerando a sensação de impunidade. Pedimos às vítimas que acionem a PMDF em caso de crimes, visto que esse de hoje (desta segunda) não foi informado à Polícia Militar.”

Uma estudante de jornalismo de 24 anos escapou de um estupro, na noite desta segunda-feira (10/4), ao deixar uma estação do metrô, na altura da 114 Sul. A jovem conseguiu se livrar do criminoso graças à intervenção de outra mulher, que presenciou o ataque. A vítima seguiu para a 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) e registrou a ocorrência.

Segundo a estudante, ela caminhava, por volta das 19h30, para a faculdade quando foi abordada por um homem branco, alto, magro, que usava bermuda e blusa azuis. “Ele estava armado e encostou o revólver na minha cintura e me puxou pelo braço para um beco”, contou a jovem.

Enquanto fazia força para soltar seu braço, a vítima pediu socorro. Uma mulher que passava pelo local gritou e acabou assustando o agressor, que correu em direção a uma área verde, na 114 Sul. “Nesse meio tempo, ele arrancou o meu celular, que estava no bolso traseiro da calça, e fugiu. Graças a Deus, nada de mais grave aconteceu”, desabafou a universitária, que caminhou até o Centro Universitário Iesb, onde estuda, e pediu ajuda.

De acordo com a jovem, o local onde foi abordada é completamente escuro. “Ficava com medo porque já tinha ouvido falar histórias sobre os perigos daquela região. Mas nunca tinha visto nada”, explica. Após ser liberada pelo criminoso, a estudante ficou paralisada por algum tempo e foi auxiliada por dois rapazes, que se solidarizaram com a situação.

“Fiquei em estado de choque, sem entender direito o que estava acontecendo. Demorei até para chorar. Só continuei parada com as pernas tremendo”, conta. De acordo com a jovem, após o crime, ela ainda viu o suspeito a alguns metros de distância: “Ele andava tranquilamente, como se não tivesse feito nada. Mas como estava armado, não fui atrás”.

A vítima não sabe quem foi a mulher que gritou e assustou o acusado. No entanto, tem um sentimento que gostaria de dividir: “Queria muito ver o rosto dela para dizer muito obrigada. Se aquela pessoa não estivesse ali, algo muito pior poderia ter acontecido”, finaliza.
Crimes recorrentes
Ataques na Asa Sul têm sido constantes. Em 9 de fevereiro, uma mulher de 48 anos foi estuprada na passagem subterrânea que fica entre as quadras 105/106. Policiais militares foram acionados pela vítima. O suspeito é um motoboy, que foi localizado e preso no comércio local.

De acordo com a ocorrência, por volta das 22h, a vítima estava na passagem da 105 Sul, quando o homem chegou em uma moto e a segurou no braço. Em seguida, ela contou que foi violentada.

Em 1º de março deste ano, um outro caso chocou a capital do país. Uma jovem de 19 anos foi estuprada enquanto esperava por um ônibus na 609 Norte. Ela estava com uma adolescente de apenas 17 anos. Amigas, elas esperavam o coletivo para o Lago Norte. Por volta das 23h, as vítimas foram abordadas por um homem em uma moto preta.

De acordo com a ocorrência policial, o acusado desceu do veículo e ficou na parada, como se estivesse esperando a chuva passar. De repente, sacou uma faca e pediu para que as duas vítimas entregassem todos os objetos de valor. Ele mandou que ambas passassem celular e dinheiro. Mas elas só tinham R$ 10 no bolso, que seriam usados para pagar as passagens de ônibus.

O balanço da criminalidade no Distrito Federal entre janeiro e fevereiro trouxe um dado alarmante: os casos de estupro cresceram 24,7% entre os dois primeiros meses deste ano e o mesmo período de 2016. Em número absolutos, foram 101 casos em 2017, contra 81 em 2016.

Nota

Em nota, a PM informou que faz rondas por meio de viaturas, motos e a pé no local onde a estudante do Iesb foi atacada nesta segunda (10). “Rotineiramente, são realizadas operações em toda a Asa Sul visando coibir os índices de criminalidade”, garantiu a corporação.

“Apesar de todo esforço da PM, o índice de reincidência criminal é alarmante, pois os criminosos presos logo estão de volta às ruas, gerando a sensação de impunidade. Pedimos às vítimas que acionem a PMDF em caso de crimes, visto que esse de hoje (desta segunda) não foi informado à Polícia Militar.”

Fonte: Metrópoles