Francisco despiu as roupas

Marcos Tavares

A marca do papa Francisco é a humildade. Louva-se que ele tenha desdenhado o crucifixo dourado usado pelos seus antecessores, os sapatos escarlates e renunciado à segurança de carros blindados. São exemplos gratificantes, mas a Igreja precisa mais do que simplesmente exemplos para recuperar seu prestígio no mundo e reaproximar-se da igreja original dos Apóstolos. Por mais humilde que seja Francisco, ele governa um dos Estados mais ricos do mundo, rico em ouro, obras de artes, monumentos e dono de vastas terras em todo o mundo.

Por isso Francisco precisa mais do que simplesmente ser humilde. Ele precisa transformar essa humildade em ação como o fez seu santo inspirador São Francisco, que, com sua própria fortuna, construiu hospitais para os mais pobres e doou até suas roupas. Não sugerimos aqui a nudez do Papa, mas que a Igreja reverta parte de seu imenso tesouro em benefício de quem tem fome, que o Vaticano pare apenas de amealhar e comece a dar.

Uma organização mundial como a Igreja certamente teria mais facilidades se abraçasse uma campanha contra a miséria na África, na Ásia, nas Américas uma campanha onde ela se fizesse presente financeiramente, onde o clero abrisse mão de sua púrpura para dar roupa aos pobres. Se continuar apenas no exemplo de Francisco, vamos ter fotos e crônicas belas inspiradas pelo Papa, mas o mundo pouco mudará porque pouco se fará para mudá-lo.

Inquérito
Dificilmente progredirá a CPI que quer apanhar o governador Ricardo no caso do ‘Jampa Digital’ até mesmo porque ele tem foro privilegiado, mas os estragos políticos com certeza serão causados.
Quando nada, esse novo problema irá colocar o governador na defensiva, uma posição onde ele não se sente muito à vontade e que foge do seu estilo político tradicional.

O assunto ainda vai render boas discussões na AL, mas como existem poucas vestais na Casa dispostas a ter seu passado revirado, é provável que tenha os destinos das CPIs tentadas anteriormente.
Fiquem só na intenção.
Situação
Já o prefeito Cartaxo deve à população da capital uma explicação do porquê o tal ‘Jampa Digital’ nunca funcionou e que providências estão sendo tomadas para que ele um dia se torne realidade.
Afinal, independente de bom uso do dinheiro ou não, uma grande verba foi empregada num serviço que nunca foi prestado.

Sem querer revirar o passado e mesmo sem identificar culpados, a população quer saber qual o fim dado a esse dinheiro e por que o ‘Jampa’ não funcionou.

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