Cidades paraibanas dependem mais dos benefícios pagos pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) do que dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A constatação é de uma pesquisa da Previdência Social.
De acordo com o estudo, as cidades de Campina Grande e de João Pessoa, consideradas as maiores do Estado, receberam juntas o total de R$ 1,349 bilhão para pagamento de benefícios sociais, no ano passado. No mesmo período, foi enviado para as duas localidades o somatório de R$ 280,6 milhões em forma de FPM. Os dados mostram que montante de benefício social superou em mais de quatro vezes os repasses federais.
Apesar da pesquisa só citar os nomes das duas cidades paraibanas, gerente executivo do INSS em João Pessoa, José Antonio Cavalcanti, garante que a dependência se repete nos demais municípios da Paraíba. Ele explica que, em determinadas localidades, os pagamentos feitos pela Previdência Social representam até 70% de toda a remuneração da população.
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“Estudos já comprovaram que, se a Previdência se retirasse, mais de 70% dos municípios brasileiros não teriam condições de sobreviver, porque o pagamento dos benefícios é a principal fonte de oxigenação da economia dessas regiões”, afirma o gerente.
Por mês, a Paraíba recebe cerca de R$ 500 mil para pagar benefícios sociais. A maioria dos beneficiários é formada por aposentados e pensionistas. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existiam 529 mil aposentados e pensionistas no Estado, em 2011. O número é maior que o encontrado em 2009, quando havia 453 mil habitantes nessa situação na Paraíba.
Ainda de acordo com a Pnad, do total de 529 mil paraibanos que recebem pensão ou aposentadorias do INSS, 421 mil não possuem outra fonte de renda. É o caso de Sebastião Bezerra, 68 anos. “Vivo apenas do salário mínimo que recebo e ainda ajudo meus filhos. Comecei a trabalhar, na roça, aos 6 anos e agora só quero descansar”, disse.
Do Blog com JP OnLine
