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'FORA TEMER': protesto por eleições diretas e contra Temer reúne multidão

O deputado federal Alessandro Molon (Rede), autor do primeiro pedido de impeachment de Temer após a divulgação da delação dos donos da JBS, afirmou que a mobilização popular pode convencer os congressistas a aprovar uma emenda constitucional que institua eleições diretas.

Milhares de pessoas protestam contra o presidente Michel Temer, na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, na tarde deste domingo. Com bandeiras, faixas e cartazes, os manifestantes pedem a saída do presidente e também eleições diretas no país. O ato é marcado por shows de diversos artistas, como Criolo, Teresa Cristina, Mart’nália e Caetano Veloso, que deve subir no palco por volta das 16h.

Além de artistas, a passeata reúne, desde às 11h, líderes sindicais, servidores e representantes de partidos. A concentração começou às 11h, na Rua Siqueira Campos. De acordo com o Centro de Operações, a pista perto dos prédios no trecho entre a Rua Figueiredo de Magalhães e Avenida Princesa Isabel foi interditada.

O ator Wagner Moura foi um dos mais aplaudidos e cortejados pelos fãs durante o protesto. “Nós, que no ano passado estivemos na rua contra o golpe que levou Temer à presidência, agora temos o segundo round. Não é possível Temer continuar, nem esse Congresso escolher seu substituto. Pode não ser ilegal, mas é imoral e ilegítimo. E o ovo da serpente são essas reformas trabalhista e previdenciária”, afirmou o ator em discurso no palco.

A poetisa e atriz Elisa Lucinda também defendeu a saída de Temer: “Esse momento é crucial, nós estamos sendo violentados”, afirmou, antes de declamar uma poesia que discorre sobre corrupção e falta de dinheiro para educação e saúde.

Parlamentares apoiam Diretas Já

Alguns parlamentares também se posicionaram a favor de eleições diretas no país, após as denúncias contra o presidente Michel Temer. “A primeira medida

necessária é a saída de Temer”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AM).

Para o congressista, há duas formas de isso ocorrer: o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassar a chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer ou a Procuradoria Geral da República denunciar Temer, o que dependeria de autorização do Poder Legislativo. “O mais rápido seria o presidente renunciar, mas não se pode esperar isso dele”, afirmou.

Já o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) disse que mesmo se a eleição direta para presidente nesse momento não for instituída, a mobilização popular é importante. “Em 1984 não conseguimos aprovar (a eleição direta), mas o movimento popular acelerou o fim da ditadura e as conquistas da Constituição de 1988.”

O deputado federal Alessandro Molon (Rede), autor do primeiro pedido de impeachment de Temer após a divulgação da delação dos donos da JBS, afirmou que a mobilização popular pode convencer os congressistas a aprovar uma emenda constitucional que institua eleições diretas.

A regra prevista na Constituição para substituição do presidente nos dois últimos anos de mandato é por eleição indireta. “Essa não é uma causa de um partido político, de um segmento, essa é a melhor solução para o País”. Molon acredita que o TSE vai cassar a chapa Dilma-Temer em 6 de junho. “Mas espero que não haja pedido de vista, que é a vontade de Temer”, afirmou.

Fonte: O DIA